Olho para aquele recanto
e reparo com espanto
que um idoso rododendro,
alto e esquelético,
parecendo decrépito
esconde vida por dentro.
O que resta dos seus braços
já não pode dar abraços
de tão secos e mirrados;
está a cair aos bocados
sem casca e com buracos
que jamais serão sarados.
Mas quem bem observar
Depressa vai constatar
que seiva nele circula,
num ramo que na ponta segura
folhas verdes e flores belas
cheias de encanto e ternura.
Perante tão lindo quadro
fico em silêncio cismado
tentando compreender
porque corpo tão idoso
é assim tão valioso
e se recusa a morrer...
Remígio Costa
Fotos: doLethes
Remígio Costa
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