quinta-feira, 30 de julho de 2020

TI'AMÁLIA, UMA VIDA DE AMOR E AÇÃO VOTADA À CULTURA POPULAR DE LANHESES

 

       A participação da Ti'Amália nas atividades relacionadas com a cultura popular  na comunidade lanhesense, reportam, no tempo, à organização do Rancho Regional de Lanheses promovida em meados da década dos anos quarenta por ação do então professor do ensino primário Gabriel Gonçalves. Nos primeiros anos da segunda metade do século vinte, o folclore passou para a alçada da direção da Casa do Povo.
Desde aqueles tempos que a intervenção da Maria Amália nas atividades culturais populares da freguesia se tornou notória e útil, quer na qualidade de protagonista relevante, quer na prestação de apoio logístico e de aconselhamento aos novos elementos que, por tempo mais ou menos duradouro, eram sucessivamente integrados nos grupos onde ela dava o seu valioso conhecimento empírico.




       Foi assim na qualidade de atriz amadora na célebre opereta "A Bruxa", de que ainda hoje se gaba a qualidade dos intérpretes e a espetacularidade da peça, na participação efetiva no grupo folclórico que representava anualmente a freguesia no cortejo das Festas d'Agonia, com o célebre cântaro feito de barro a simbolizar uma área importante da indústria de cerâmica de Lanheses, e posteriormente, no eficiente trabalho de confeção e aconselhamento no uso rigoroso do vestuário regional e no modo de comportamento dos figurantes. Tinha também papel preponderante na escolha do diferentes trajes regionais, adereços, dos versos e das músicas adequados a cada fim, acompanhando de perto os ensaios, corrigindo e aconselhando o melhor posicionamento dos dançadores e o rigor nos movimentos e nas marcações.

   
            A Ti'Amália, no tratamento mais corrente e familiar, ganhou o respeito daqueles com quem privou durante o longo percurso da sua vida sem tiques de autoritarismo ou complexo de sabichona superior. Nem o facto de ser filha do decano dos presidentes da Casa do Povo, Francisco Dias de Carvalho, lhe alterou negativamente o modo de ser simples e prestável que a identificava na sua personalidade. Agia com a competência e a eficácia de quem trabalha nos bastidores da ribalta, e não se posicionava na boca da cena para os primeiros planos da fotografia na pompa e na circunstância das celebrações.

             Maria Amália Dias de Sousa, foi hoje quinta-feira 30 de julho, a sepultar no cemitério da freguesia de Lanheses. Faleceu aos 93 anos por motivo de golpe súbito de doença, na última terça-feira, dia 28, na residência familiar. Deixa um legado de cultura popular, de dádiva caridosa aos necessitados, de destacada e produtiva intervenção em favor da comunidade em que se integrava.

             Que Deus lhe reserve o lugar que merece. Paz à sua alma.
    
              Obrigado, Ti'Amália.
    
        

Fotos: de cortesia.

Remígio Costa

terça-feira, 28 de julho de 2020

PÚBLICO RECONHECIMENTO DA JUNTA DE FREGUESIA PELO COMPORTAMENTO DA POPULAÇÃO NOS ATOS RELIGIOSOS DA ROMARIA DO SENHOR DO CRUZEIRO E DAS NECESSIDADES.

POR CORTESIA DA JUNTA DE FREGUESIA DE LANHESES (Viana do Castelo).

"Na passada sexta feira e ontem, domingo, tiveram lugar dois cortejos de contingência, que dada a atual situação pandémica, substituíram as tradicionais procissões das velas e em honra do Senhor do Cruzeiro e das Necessidades, como bem sabe.

A Junta de Freguesia de Lanheses ficou muito sensibilizada e orgulhosa pela forma como os cortejos decorreram, quer no que diz respeito à organização, quer no que diz respeito à elevação com que a população da freguesia recebeu o cortejo, acatou as recomendações de proteção à saúde pública e demonstrou civismo na ocupação, seguida de limpeza, da via pública.
Por este motivo enviamos-lhe uma breve nota de reconhecimento público, que caso ache oportuno e de interesse geral pode dar nota no seu blog."


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"LANHESES SAIU À RUA EM VENERAÇÃO AO SENHOR DO CRUZEIRO E DAS NECESSIDADES

Sinal dos tempos, a procissão em honra do Senhor do Cruzeiro e das Necessidades percorreu todas as ruas da freguesia.
A população de Lanheses voltou a dar uma demonstração da sua grandiosidade e excelência:

- enfeitou fachadas, construiu tapetes de flores magníficos e entoou cânticos. O cenário nas ruas de Lanheses foi de sonho e recebeu as viaturas que transportavam a imagem do Senhor do Cruzeiro e da
s Necessidades e o cortejo com toda a dignidade;
- soube respeitar a necessidade de manter o distanciamento social e as famílias esperaram a procissão à porta de casa. Nos lugares onde se juntaram alguns grupos, o uso de máscara foi prática comum;
- teve o cuidado de remover das vias todas as flores que lá colocou, numa demonstração de civismo que caracteriza a generalidade da população lanhesense.

Ao Revº Padre Daniel, à Confraria, aos devotos que colaboraram na procissão e à população lanhesense um reconhecimento público pela excelência desta procissão, levada a cabo em circunstâncias difíceis, mas que a todos muito nos orgulhou. Bem hajam!"

"Muito agradecidos,
A Junta de Freguesia"

Remígio Costa 



AVIVANDO O PASSADO: ROGÉRIO AGRA, A FIGURA QUE PERDURA.

  Em 27 de julho de 2012 evoquei, neste blogue, no 11.º aniversário da sua morte (ocorrida há 19 anos), a figura singular de Rogério Pimenta Agra. Hoje, com esta  nova publicação, celebro o dia em que nasceu, há 88 anos. 

  Parabéns, Rogério.

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 EVOCANDO ROGÉRIO AGRA, UM AMIGO.

        

     Decorre hoje o 11º aniversário sobre o falecimento de ROGÉRIO PIMENTA AGRA, uma personalidade marcante de Lanheses na segunda metade do século passado, com participação activa e intensa em diferentes áreas da vida administrativa, social, política, industrial e comercial, desportiva e cultural desta freguesia, com uma disponibilidade quase permanente e eficaz para ajudar em momentos difíceis os seus conterrâneos, liderando ou colaborando em iniciativas de natureza solidária , popular, amigo, simpático para todos, alegre, extrovertido, divertido, útil, insubstituível, BOM.

              Um AMIGO.
Rogério Agra e Benjamim Costa (meu irmão, também já falecido) num momento de convívio familiar, parodiando os famosos "Beatles", ao tempo muito em voga.

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                       AMIGOS PARA SEMPRE!
 Em pé, à esquerda: Américo e Remígio. Em baixo, sentados, da esq.: Ângelo Araújo, Benjamim Costa, Francisco Vale, Lucínio Araújo e Rogério Agra.

Remígio Costa

segunda-feira, 27 de julho de 2020

PROCISSÕES INÉDITAS MARCARAM COM ÊXITO A TRADICIONAL ROMARIA DO SENHOR DO CRUZEIRO E DAS NECESSIDADES, EM LANHESES (Viana do Castelo)

               
    


            A tradicional Romaria do Senhor do Cruzeiro e das Necessidades que decorre anualmente em Lanheses, do concelho de Viana do Castelo, no quarto domingo do mês de julho, ficou assinalada na edição deste ano pela realização de duas procissões inéditas incluídas num programa de teor estritamente religioso.

            Na sexta-feira dia 24, foi cumprida a primeira das duas manifestações externas dos atos religiosos previstos no programa da festa, com a saída em procissão do andor de Nossa Senhora de Fátima, substituindo a habitual "procissão de velas" que faz parte necessariamente do plano normal desta tradicional festividades. A formação do desfile e o itinerário escolhido foram totalmente inovadores, dado que o percurso foi feito sem acompanhamento de participantes e as imagens transportada em viatura automóvel de caixa aberta percorrendo todos os lugares da freguesia, cujo horário teve início pelas 20:00 horas e terminou cerca das 23h.

     Pároco da freguesia padre Daniel da Silva Rodrigues, ladeado pela Comissão de Festas dos anos de 2020/2022.

           O dia maior da Romaria decorreu no domingo tendo sido cumprido o calendário dos atos mais significativos da natureza da celebração, com a realização da solene Eucaristia pelas 10:3o horas, a qual decorreu sob a inclemência de um sol inclemente no adro da Igreja junto à Capela do Senhor do Cruzeiro e das Necessidades, sendo celebrante o pároco residente da paróquia de Santa Eulália de Lanheses e S. Paio de Meixedo, padre Daniel da Silva Rodrigues. 

           Pelas 15:00 horas, foi iniciada num formato absolutamente novo na forma e na tradição, o que se poderá identificar como peregrinação da imagem do patrono da celebração por todos os lugares da freguesia de Lanheses, quer dizer, o Senhor das Necessidades deixou o local onde é venerado e foi Ele próprio ao encontro da comunidade visitando os moradores nos respetivos lares. Esta foi uma ação até agora nunca vista, embora na tradição oral haja registo de ter acontecido no século dezanove uma procissão que levou pelas veigas de Vila Mou e de Lanheses o andor do Senhor das Necessidades numa evocação de um ato divino que pusesse fim à implacável seca que nesse ano arrasava as sementeiras do milho.










           A solene comitiva estava formada em duas viaturas antigas, levando na da frente o Mordomo em exercício levantando a Cruz nobre da Confraria, seguida de outra idêntica onde estava o andor com uma imagem de pequena dimensão do Senhor das Necessidades por conveniência no transporte móvel dada a dimensão da original existente na Capela. Na viatura seguia o pároco padre Daniel, ouvindo-se a sua voz pelo altifalante numa preleção gravada adequada à natureza do ato, sendo conduzida por um membro da Comissão de Festas, iniciando o itinerário previamente estabelecido pela rua da Estrada da Corredoura eram 15:00 horas.


          Tendo acompanhado o desfile numa parte substancial do seu trajeto, tive oportunidade de constatar a impressionante adesão da comunidade lanhesense na receção da Imagem de Jesus Cristo apeado da Cruz do Martírio. Por onde andei, dezenas de moradores tratavam de enfeitar as moradias com colchas e flores e por quase todo o trajeto formavam-se tapetes com pétalas, cereais e sal colorido, ajardinavam-se locais em frente de habitações e escreviam-se saudações, e até um arco enfeitado estava preparado no confim norte da freguesia para saudar a comitiva. 

          Nunca, em mais de oito décadas que levo de vida, presenciei tão sentida e bela participação popular na nossa veneração ao Senhor do Cruzeiro e das Necessidades! 

      
    Já com a luz do dia a diluir-se nas sombras a ocidente, a comitiva chega pela Rua da Agra à Avenida Rio Lima, no caminho do regresso. Todos os habitantes do Lugar esperavam há horas pelo momento especial, toda a rua estava enfeitada, pronta para a passagem num tapete formado na sua extensão maior extensão que ocupou os voluntários em (pelo menos) dois dias de intensa atividade, suportando um calor incómodo e implacável, ninguém tendo ficado indiferente ao momento inédito, quiçá irrepetível. 

         Sem foguetes, bandas dispendiosas, concertos deslocalizados no espaço e no tempo, leilões, fogos-de-artifício, cabrito, farturas e cerveja q.b.+, ACONTECEU, sim, uma homenagem de cariz exclusivamente católico cristão ao Senhor das Necessidades. Não rejeito a componente tradicional das romarias minhotas pelas características próprias que transportam, mas, nesta edição imprevista em que se manteve tão brilhantemente organizada a homenagem anual da freguesia de Lanheses ao Senhor do Cruzeiro e das Necessidades, melhor compreendo a expressão popular que nos ensina que "há males que vêm por bem" lembrando a maldita pandemia que a todos nos apanhou de surpresa e veio condicionar e dificultar a normalidade das nossas vidas.
         Que o Senhor do Cruzeiro e das Necessidades a todos nos atenda e guarde.
         Como nota final registe-se o facto de os moradores que voluntariamente se entregaram às ornamentações verticais na via pública, procederam à completa remoção dos detritos espalhados na via logo após a passagem da comitiva. 



Remígio Costa
          

           SAÍDA DO SÉQUITO DO ADRO DA IGREJA PAROQUIAL

          
































       
                                NO LUGAR DA CORREDOURA
































                   NO LUGAR DE SANTO ANTÃO












                    NO LUGAR DAS ROUPEIRAS E DO MONTE







                     AINDA NO LUGAR DA CORREDOURA



                              NO LUGAR DA ROCHA









                                 NO LUGAR DA TABONEIRA






                                       NO LUGAR DA PEITILHA 

  

NO LUGAR DA AGRA - AVENIDA RIO LIMA






































JUÍZ PERPÉTUO DA ROMARIA TITULAR DA CASA DOS ALMADAS, EM LANHESES, CONDE D. LUÍS LOURENÇO.








 Fotos: doLethes
Remígio Costa


          




         

ROMARIA DE NOSSA SENHORA DA ENCARNAÇÃO, EM VILA MOU, VIANA DO CASTELO

                   A Romaria de Nossa Senhora da Encarnação é uma antiga celebração católica que decorre na freguesia de Vila Mou, do concel...