segunda-feira, 29 de março de 2021

CERIMÓNIAS DO DOMINGO DE RAMOS NÃO TIVERAM INÍCIO NA CAPELA DO SENHOR DAS NECESSIDADES

    


 

     Em observância das normas legais e instruções da autoridade de saúde pública, o ritual da celebração do Domingo de Páscoa, em Lanheses, não foi iniciado como habitualmente na Capela do Senhor do Cruzeiro e das Necessidades. O ato litúrgico da benção das folhas de palma e dos ramos alusivos ao Dia de Páscoa que ali ocorria anteriormente e precedia uma curta procissão entre a Capela e a Igreja paroquial e não realizado, foi incluído na Sagrada Eucaristia dominical durante a qual foi dada a benção às palmas e aos ramos distribuídos pelo Mordomo da Cruz pelos fiéis presentes.

   Ao contrário do que se verificava nos anos anteriores, a participação dos católicos foi reduzida por força do rigoroso cumprimento das regras de distanciamento social e da limitação do espaço interior da assembleia destinada aos fiéis.

  Haja esperança que jamais se repita uma situação tão incómoda quanto imprevista. Deus o queira.

 


Fotos: doLethes

Remígio Costa

sábado, 27 de março de 2021

FONTES E LAVADOUROS DESATIVADOS

  

     Ninguém diria mas aqui está a fonte do Crelo, no lugar da Corredoura, com mina (com porta nova), bebedouro para animais, bica na pedra em semi-arco da fonte que esteva na Feira e o tanque em cimento para lavagem de roupa (e mesmo para banho aos miúdos no verão).

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      Antes da construção de lavadouros comunitários em alguns lugares da freguesia, a lavagem de roupa familiar era usualmente feita junto das fontes e riachos onde corria água limpa. Na parte norte-leste de Lanheses, além de duas fontes mais recorrentemente utilizadas, existentes nos lugares de Santo Antão e Corredoura, uma em cada um deles, era também habitual recorrer ao regato da Silvareira que passa no vale ao fundo de uma íngreme encosta para desaguar no rio Lima no extremo da freguesia vizinha de Fontão. A sul e a oeste, onde corresse um fio de água era certo haver uma pedra lisa perto de casa para ensaboar com sabão rosa uma peça de roupa. 

  Na segunda metade do século passado foram construídos lavadouros públicos em Santo Antão, Corredoura e Taboneira, e melhorados o do sítio da Rebiqueira, no lugar da Igreja, e em Gondizalves, no de Casal Maior. Na Seara, onde corre água da nascente de propriedade particular da Tia Naira (noutros tempos muito procurada para beber) o que lá existia foi posteriormente ampliado sendo atualmente ainda utilizado, mas não muito. Com exceção deste último, todos os demais estão presentemente fora de uso, encerrados com corrente e aloquete de segurança os construídos mais recentemente, e os mais antigos em constatável deterioração, designadamente, o da Fonte do Crelo, na Corredoura, cujas fontes (a de chafurdo e a da bica) estão cobertas de vegetação e o tanque de lavar submerso e invisível sob uma mouteira de junco e erva brava, enquanto a água corre, solta e límpida, pelo caminho rural que leva ao vale do rego da Silvareira. 

      Fiz um rápido périplo pelos diversos locais acima referidos para fotograficamente, proporcionar uma visão mais real do que acima fica descrito.

  1.-EM SANTO ANTÃO



 

2- NA CORREDOURA - Fonte do Crelo

      



 
 


      Este local é o que conheço melhor. Era aqui que vínhamos, os meus irmãos e eu, com as vasilhas de barro preto para levar água para todos os usos, até encher as panelas e o pote grande que havia em casa.  Está a cerca de três centenas de metros da morada junto à estrada, com acesso por caminho íngreme e irregular (ainda hoje é) que era percorrido por mais do que uma vez ao dia levando o cântaro cheio na cabeça. Era custosa a subida, às vezes o caminho era feito de lama e sulcos de carros de bois, e as quedas frequentes. Lá se ia a água e o cântaro. E o raspanete em casa uma preocupação.

 

2.1-NO LARGO DA CORREDOURA



 

      3.TABONEIRA




4.-REBIQUEIRA

 

 

               Sem manutenção.

 

5-GONDIZALVES


Degradado.

     Por detrás do lavadouro onde agora está uma moradia, era uma represa que, na época da chuva, formava um pequeno lago. Como ficava no caminho da escola ali perto, no fim das aulas atirávamos pedras às rãs. Numa ocasião em que andava um grupo de homens  a limpá-la dos detritos, um companheiro quis imitar um defeito de voz de um dos trabalhadores, mas não contou com a reação do visado que, com exímia pontaria, lhe fechou a boca em riso descarado com um torrão de lama!

 

6-SEARA



            Foi talvez o mais utilizado ao mesmo tempo pelos moradores das proximidades. Tem lugares suficientes. Funcionava muito como central de informação da vida quotidiana do burgo, perdendo a liderança para os telemóveis e redes sociais.

            É tudo.

Fotos: doLethes

Remígio Costa

  

terça-feira, 23 de março de 2021

A ILUSTRE CASA DA QUINTA DA BARROSA

       


      Faz a figura do caroço que se joga fora depois de comida a saborosa polpa do fruto, a casa em estado de notória degradação estrutural e visual, situada entre a capela mortuária e o Centro escolar do Agrupamento escolar de Arga e Lima, na freguesia de Lanheses, concelho de Viana do Castelo. É o que resta da memória da antiga Quinta da Barrosa, sendo que, desde há já alguns anos, passou a ser propriedade da Autarquia concelhia pela módica quantia de cerca de duas centenas e meia de milhares de euros (vox populi).

     Custa menos aceitar o atual desenquadramento do velho e arruinado monstro arquitetónico relativamente à modernidade da edificação existente no local (edifícios do Centro Escolar e da Escola EB 2,3/Secundário) do que o desaproveitamento das potencialidades do espaço que uma edificação com a dimensão do antigo solar propriedade de Miguel Tinoco potencialmente oferece, e de que a freguesia de Lanheses desde há muito tempo carece e espera. 

     Porque não faltarão planos e sugestões e muito menos vontade de pôr fim ao desmazelo de uma agonia dolorosa e fatal, o princípio da eutanásia seria, nesta causa, absolutamente justificado: demolição "à la prédio Coutinho" para edificar depois em função das necessidades atuais e futuras do meio local, carente de espaços administrativos, e para equipamentos escolares, pois que, numa avaliação à vista a requalificação do prédio exigiria ser profunda e o custo de substancial vulto. 

     Não há que sonegar a existência de justificado interesse nas putativas candidaturas à fruição das futuras instalações por parte de pelo menos duas das principais instituições locais, as quais argumentarão fortemente cada uma delas a primazia da gestão autárquica, uma, e os interesses do ensino público, a outra.

     Seja qual for o futuro já traçado do prédio ou o que sobre ele está por decidir por quem de direito, cuja decisão final está em última instância nas mãos dos autarcas da  Câmara Municipal de Viana do Castelo, já decorreu tempo demasiado para que tivesse sido formalizada e tornada pública; e, se porventura já assumida ainda não tiver sido revelada com vista a ocasião favorável aos interesses eleitorais dos envolvidos, mal vai a edilidade local se estiver a adiá-la aos lanhesenses para a apresentar futuramente como conquista própria irreversível.







 Fotos: doLethes

Remígio Costa

    

    

terça-feira, 16 de março de 2021

RODODENDRO DECRÉPITO MANTÉM SÉMEM DE VIDA.

  

 


      Está reduzido agora a um pedaço do tronco do arbusto enorme que foi, restando-lhe contudo um braço corroído e esburacado a desfazer-se, que sustenta na ponta um ramo farto com folhas verdes a roçar o chão, onde floresceram meia dúzia de belas flores rosadas. É o mesmo rododendro de que há anos a esta parte tenho vindo a acompanhar, porque me espanta e encanta a resiliência com que ultrapassa o tempo da idade diacrónica criando vida, configurada em verdes folhas e lindas flores através do sémen que, espantosamente, ainda corre no esquelético e desfigurado tronco.

      Não posso calcular os anos desde que foi plantado e cresceu à sombra de uma japoneira gigante no jardim particular da Casa dos Condes d'Almada, (TH), bem perto do pelourinho que é símbolo da antiga Vila Nova de Lanhezes criada no ano de 1793, mas não me surpreenderia saber que a idade do vetusto exemplar reporta, pelo menos, ao século XIX, tal foi a dimensão que a copa do arbusto atingiu e o volume avantajado do que agora resta do tronco que a suportou.

     Quando, pela primeira vez, tomei conhecimento da existência do rododendro, avisado pelo meu conterrâneo e amigo João Castro e Silva, um dos seus braços estendia-se para fora do muro do jardim entre os ramos da japoneira, chegando ao meio da estrada municipal 202 que atravessa a freguesia. Nessa altura, as suas lindas flores eram mais abundantes e ressaltavam facilmente à vista de quem por ali passava, como era habitual com o João no percurso de casa para o seu escritório no Largo da Feira.

     Nas fotos inseridas veem-se duas bolas vermelhas, de plástico, provavelmente ali colocadas para enfeite.





Fotos: doLethes

Remígio Costa

  

 

ROMARIA DE NOSSA SENHORA DA ENCARNAÇÃO, EM VILA MOU, VIANA DO CASTELO

                   A Romaria de Nossa Senhora da Encarnação é uma antiga celebração católica que decorre na freguesia de Vila Mou, do concel...