sábado, 5 de março de 2016

AMÁLIA E PEDRO HOMEM DE MELO JUNTOS EM LANHESES.

           

              Tive o privilégio de conhecer pessoalmente e com eles manter uma conversa prolongada, a qual decorreu no BAR da atual casa do povo de Lanheses no final de uma atuação que a diva do fado ali realizou no início dos anos sessenta ou aproximadamente. Então, ainda existia um palco de origem que uma posterior remodelação do pavilhão suprimiu. As condições acústicas não eram as ideais e Dona Amália, que fez questão de testar a sua inimitável voz e o som dos meios técnicos instalados na tarde antes da soirée, procurou adaptar-se às condições do espaço sem levantar objeções ou fazer exigências especiais bem condizente com a simplicidade que a caracterizava. Amália Rodrigues esteve em palco por largo tempo interpretando um extenso rol de cantigas ligeiras e fados muito em voga para delírio de uma extensa plateia que preenchia literalmente o ringue do pavilhão desportivo.

               Pedro Homem de Melo foi autor apaixonado pela poesia e tinha pela nossa região uma genuína e incomensurável admiração. Tendo nascido no Porto, era em Moledo (Afife) onde muito tempo passava aparecendo nos eventos mais populares que ocorrem no Alto-Minho, ainda hoje. Veio a Lanheses assistir à atuação da grande amiga Amália, para quem escreveu algumas letras designadamente a conhecida "Havemos de ir a Viana"  e, no final, mantiveram ambos conversação por largo tempo no BAR na qual participei com outros conterrâneos meus.


               Escolhi "Povo que lavas no rio", gravado em 1961, em homenagem às duas destacadas figuras do património cultural e artístico de Portugal.



1 comentário:

  1. Caríssimo Remígio
    Estou em falta consigo por vários motivos, sendo que o primeiro é não lhe ter ainda escrito ou telefonado para saber da sua saúde física, já que a mental/intelectual/literária se mantém intacta. Acabei de aceder ao seu Blogue e apreciei parte dos seus artigos/crónicas e de "ouver" a Sra. Dona Amália (com auscultadores, para ser em estereofonia). The Voice, a nível mundial, era o Frank Sinatra; para nós, lusos, a "voice" é a Amália "que tinha o fado na voz". Mas, pessoalmente, gosto mais da versão da Dulce Pontes (não fadista de gema), com a sua portentosa voz. O segundo motivo prende-se com o artigo que lhe prometi sobre as Atividades Físicas, também porque não tive, ainda, o feedback do Doutor P. Bezerra. Uma Abraçaço. Santos Silva

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