segunda-feira, 30 de março de 2020

(14)FIGURAS E FACTOS DA HISTÓRIA DO FUTEBOL LANHESENSE



   Da esquerda, em pé: não reconheço o primeiro civil, João Lima (barbeiro), João Rocha (Lambranca) Artur Vale, Manuel do Augusto, Zé Dantas, Raul Silva, Chico da Rua, Álvaro Agra e NN(?). Em baixo: da esquerda: Remígio Costa, Rogério Agra, Domingos Gomes, Janota e Rogério Dantas.

(14)FIGURAS E FACTOS DA HISTÓRIA DO FUTEBOL LANHESENSE

       1.1.-O TURBOLENTO XIV CAMPEONATO DA FNAT DE 1956.

               Para o campeonato corporativo de 1956 inscreveram-se seis equipas: Centro Popular e Recreativo de Campos (Valença), Centro Recreativo Popular de Ganfei, do mesmo concelho, Centro recreativo Popular de Cerveira, Grupo Recreativo Popular de S. Pedro da Torre (Valença), Casa do Povo de Lanhelas (Caminha) e o Grupo Desportivo da Casa do Povo de Lanheses. 

               Precedendo a abertura da prova, o GDCP de Lanheses realizou ainda um jogo particular contra uma equipa designada por GDB Corações, tendo obtido uma estrondosa goleada de 9-0, não havendo, porém, registo de outros elementos sobre esta partida, resultado que evidenciava boas perspetivas para o campeonato sendo certo que o conjunto Lanhesense possuía, à data, uma equipa recheada de bons atletas capazes de ombrear em qualidade com todos os adversários que teria de defrontar.

              A primeira jornada decorreu em Vila Nova de Cerveira, uma saída das mais difíceis da prova. O resultado foi desfavorável ao grupo de Lanheses por 1-0, que apesar de tudo demonstra a capacidade de luta do Lanheses e o equilíbrio de forças com que a partida decorreu. Alinharam: Augusto, João Castro (Latoeira), Artur Vale, Ramiro, Remígio Costa, Delmiro Costa, Chico, Janota, Domingos Gomes, Rogério Agra e Rogério Dantas. Como suplentes, Fernandinho, Adriano Lagoela e Henrique.

              Na segunda jornada o GDCPL recebeu no seu espaço desportivo a equipa de S. Pedro da Torre, indo a jogo com a equipa assim constituída: Augusto, Ramiro, Artur Vale, Rogério Dantas, Zé da Campela, Delmiro Costa, Chico Rua, Domingos Gomes, Remígio Costa, Janota e Rogério Agra, com apenas um suplente, o Adriano Lagoela. O resultado terminou com uma vitória por 3-1 a favor do GDCPL, não ficando apontamentos sobre quem apontou dois dos golos, sendo que um foi da minha autoria na conclusão de lançamento sobre a área feito pelo Zé da Campela emendado com remate sem preparação. 

              Esta partida ficou marcada pela duvidosa atuação do árbitro cujo desempenho  demonstrou uma manifesta parcialidade de julgamento de lances em prejuízo da equipa Lanhesense, provocando sucessivas interrupções da partida, a qual decorreu com muita conflituosidade dentro, e sobretudo, fora do pelado tendo gerado alguns tumultos e tentativas de invasão do campo.

            No relatório do fim da partida o árbitro empolou as incidências ocorridas no decorrer do jogo, tendo capturado o meu cartão e o do meu colega Janota. 

Da esquerda: João Rocha (Lambranca), Remígio Costa, Artur Vale, Zé da Campela, Ramiro Vale e João Castro (Latoeira), defesa e linha intermediária.



                            
             1.2.- INTERDIÇÃO DO CAMPO DE JOGOS DO GDCPL, JANOTA E REMÍGIO COSTA CASTIGADOS COM JOGOS DE SUSPENSÃO.

            A direção de Braga da FNAT viria a aplicar uma penalização à equipa de Lanheses, registada como advertência escrita, fundamentada no comportamento do público presente, e aplicou ao jogador Janota dez (10!?) jogos de suspensão por alegados insultos ao árbitro, tendo eu, Remígio Costa, sido contemplado com três jogos de castigo por pretensa agressão a um adversário. Ora, nem o jogador Janota nem eu tínhamos sido expulsos e havíamos cumprido em campo todo o tempo de jogo. Não nego que, tanto eu como o Janota, tivéssemos contestado algumas más decisões do juiz de Braga, designadamente, porque fomos alvos preferidos, sistematicamente persecutórios, de frequentes entradas “a varrer” dos adversários. A opinião de todos, jogadores e dirigentes, é que o árbitro já trazia preconcebida a ideia de nos afastar dos jogos seguintes, principalmente, o que se realizaria na jornada imediata em Lanhelas, desfalcando deste modo o conjunto com dois dos seus mais influentes atletas. Como nestes comentários que venho fazendo já escrevi, a equipa da freguesia de margem esquerda do rio Minho, estaria a beneficiar de apadrinhamento de simpatia de um delegado extremamente ativo e influente no departamento a que pertencia. Como se verifica, tal prática já vem de longe…




      Por força da interdição do campo, o GDCPL disputou o jogo seguinte no dia 18 de Março, no campo do Cruzeiro, em Ponte de Lima, tendo por adversário o Campos, de Valença. Neste jogo alinharam: João do Augusto, Artur Vale, Rogério Dantas, Henrique, Firmino, Zé da Campela, Chico Rua, Domingos Gomes, Delmiro Costa, João Castro (Latoeira) e Miguel Firmino.

 ZÉ DA CAMPELA, médio defensivo, deixou de jogar por motivo de doença incapacitante (falecido).


                                    
      Nos apontamentos que sigo apenas consta mais sobre o campeonato deste ano que a partida que o GDCPL tinha que disputar com o Ganfei não se realizou por acordo entre os dos dois Clubes, com fundamento de que já não teria interesse para a classificação dos conjuntos e se evitavam, assim, os correspondentes encargos. 

        Não constam quaisquer outras informações sobre a prova oficial deste ano, nomeadamente, no que respeita à classificação final, sendo certo que o título foi obtido pela equipa do Lanhelas.

 Da esquerda: Chico da Rua, Janota, Domingos Gomes, Rogério Dantas e Adriano Lagoela, avançados


        1.3.-DE VOLTA AOS JOGOS PARTICULARES.
                Finda a prova oficial, a atividade do GDCPL retomou a realização habitual de jogos amigáveis com as mais variadas equipas amadoras da região, sendo fácil contratar jogos porque não escasseavam clubes que aspiravam confrontar-se com a equipa de Lanheses, pelo prestígio e valor que a distinguia no âmbito dos conjuntos amadores, cujos convites eram muitas vezes adiados ou rejeitados por incompatibilidades de datas. Deste modo, no dia 13 de maio, o Lanheses foi às Neves realizar uma partida, mal sucedida anote-se, já que o resultado final foi uma expressiva derrota por 5-0. A composição da formação foi a seguinte: Artur Vale, gr., (regressando à posição que adquiriu, com grande sucesso, como júnior no SC Vianense), Ramiro, M. Augusto, Rogério Dantas, João Castro (Latoeira), Moisés, Miguel Firmino, Fernandinho, Domingos Gomes, Janota e Adriano Lagoela. Esta foi uma formação muito condicionada porque alguns habituais jogadores não compareceram para a deslocação, o que levou a direção a aplicar sanções aos faltosos os quais, posteriormente, viriam a ser amnistiados. 

                 A 27 de maio e 3 de junho decorrem dois encontros contra o Gandarense, de São Martinho da Gandra (Ponte de Lima), nos quais participaram os seguintes jogadores: Artur Vale, gr, Rogério Dantas, Delmiro, João Castro, Miguel Firmino, Domingos Gomes, Salvador, Fernandinho, Jorge, Janota, Fiuza e Berto da Rata, não havendo mais referências sobre estas partidas. A 24 de junho, o Lanheses deslocou-se a Ponte de Lima para enfrentar a AD “Os Limianos”, constando da convocatória os seguintes nomes: Artur Vale, gr., Remígio Costa, Delmiro Costa, M. Augusto, Miguel Firmino, Alberto Ferreira, Domingos Gomes, Janota, Fernandinho, Adriano Lagoela, Jorge, Rogério Dantas e João Garcia.

          Remígio Costa, na partida jogada em Oliveirinha (Aveiro), com o troféu do jogo

                 1.4.-A MEMORÁVEL DESLOCAÇÃO A OLIVEIRINHA (AVEIRO) TERRA DE NASCIMENTO DE CARLOS VIEIRA, JOGADOR DO FC DO PORTO.
                        A visita à terra da naturalidade do veloz e eficaz atleta CARLOS VIEIRA que militava no Futebol Clube do Porto como destacada figura, a aldeia de Oliveirinha, no distrito de Aveiro, foi feita de véspera numa comitiva que levava o Grupo Cénico da Casa do Povo de Lanheses que iria apresentar uma peça de teatro. O alojamento dos componentes da equipa de futebol e do teatro foi oferecido por famílias locais, sendo os componentes do numeroso grupo, masculinos e femininos, recebidos com todo o esmero e atenção. Tudo decorreu de modo muito organizado, sendo de registar e louvar a simpatia de um punhado de belas moças que, desinibidas e pujantes de alegria e muito charme, prendaram alguns atletas visitantes com momentos de alegria e excelente disposição.

                       Registe-se que a visita só foi possível pelo relacionamento íntimo do Jogador Carlos Vieira com a família de José Martins Agra, e pela amizade fortemente consolidada de Rogério Agra com o avançado do Clube portista, que se estendia por outros jogadores do plantel, e do famoso treinador José Maria Pedroto, os quais, alguns deles, passaram a ser visitas habituais da conhecida família de Lanheses.

                        Como curiosidade, não deixo de referir que o jogador do Lanheses, Salvador Agra (recentemente falecido), conheceu e veio a casar com uma Oliveirense cujo namoro foi iniciado nesta visita.

  No jogo do futebol que terminou com empate a uma bola, jogaram: João Rocha (Lambranca), gr, Ramiro, Artur Vale, Miguel Firmino, Remígio Costa, Delmiro Costa, Domingos Gomes, Fernandinho, Jorge Ferreira, Janota, Rogério Dantas, Adriano Lagoela e Alberto Ferreira.

   O derradeiro jogo do ano de 1956 decorreu em Lanheses contra o Grupo Desportivo Santamartense, no dia a seguir ao Natal, em 26 de dezembro.

          1.5.- A FREQUENTE ALTERAÇÃO DO PLANTEL DO GDCPL.
                   As frequentes alterações na composição do plantel do GDCPL deriva da instabilidade e natureza do ofício ou profissão que cada um exercia como modo de vida. Para além de Rogério Dantas, Janota, Remígio Costa, Domingos Gomes e Rogério Agra, que possuíam ocupações diferentes mas consolidadas na terra ou perto, como Viana do Castelo, a maioria não tinha profissão específica ou, se a possuía, emigrava para a França se pudesse, arranjava trabalho com facilidade em Lisboa ou ia para a tropa cumprir serviço militar obrigatório. Um ou outro deixava de ter condições de jogar em virtude do prosseguimento de estudos secundário ou superior.
       No meu caso, a prática do futebol assídua acabou praticamente em 1957 por exigência do cumprimento do serviço militar que durou cerca de dois anos, bem com a conclusão dos estudos que havia interrompido, bem como a carreira que prossegui na função pública. Viria ainda a jogar na AD “Os Limianos” numa época apenas, mas já sem o fulgor e força de vontade que antes possuía. Fiz, mais tarde, uma última época no GDCP de Lanheses, como jogador e responsável pela equipa, com os trinta anos ultrapassados.
(Segue)

Remígio Costa
               

domingo, 29 de março de 2020

AQUI, CUMPRE-SE!

A imagem pode conter: planta







































AQUI, CUMPRE-SE! 

Quem não faz quarentena por solidariedade,
fá-la por imposição!!
(atrás das grades).
'stás a ver "xanuca"?
Avisei...


foto: Remígio Costa.

ÃO, ÃO, ÃO.


A imagem pode conter: cão e ar livre
                                     "PIPOCAS"
 A imagem pode conter: cão
                                     "GASTÃO"

ÃO, ÃO, ÃO.

O "pipocas" e o "gastão",
(meus amigos são)
não gostam de prisão.
Nem sequer saem o portão.
Se não lhes dou autorização.
Com uma ou outra exceção:
é um direito de cão. PAN!
Se não...
levam com a trela e...
ficam sem refeição
até haver perdão.
Ão,ão, ão,
"quantos são, quantos são..."
Isto de estar muito tempo
privado de ação,
não e bão, nada bão, não!
E não!
A razão, é que
A cabeça vira vulcão.
Ás vezes, até furacão.
(ããããããããã....pum!)
a dar voltas ao quarteirão.
A fundo, pois, pé no travão
(pensava eu que podia)
mas estatelei-me no chão.
( é mania)
Dei tropeção,
Fim de ação!
(não 'stou nada bão,
não 'stou mesmo, Ção).
Vou tomar suminho de limão
é o que 'stá mais à mão.
Calma, amigões,
não haja preocupações;
tenho (ainda)capacidade de recuperação.
Acabo esta "xexada" do, ão,ão, ão
e logo fico bão.
Adeusão.
BASTA, morcão!
-Vai lá dar a voltinha
e volta com outra disposição.
Tá bão? 


fotos: Remígio Costa!

VAI UMA LARANJINHA?

 A imagem pode conter: fruta, planta e comida
Vai uma laranjinha?

Tão sumarenta, algo docinha,
é (muito) saborosa e gostosinha.
Vou provar uma, aqui pertinho,
Se alguém me acompanha
ganha um baguinho.

Ah!, que bom, estou de volta,
fiquei deveras consoladinho.
Lamento somente, mas sem revolta,
não poder partilhar com amiguinho.

Pudesse a quarentena findar
e todo o mundo pudesse (enfim!) sossegar.


por: Remígio Costa

sábado, 28 de março de 2020

TRANSMISSÃO VIA INTERNET DE ATOS RELIGIOSOS NA IGREJA DE LANHESES


 


       É provável acontecer já hoje, mas com maior certeza a partir de amanhã, sexta feira, 27 de março, que irá iniciar-se a transmissão diária, em direto, através da internet, desde a Igreja paroquial de Lanheses, os atos religiosos nos horários seguintes:

                - Todos os dias, exceto aos domingos:
                       - Hora da adoração
                       - Eucaristia
                      
                -  pelas: 17:00 horas até às 18:30 horas

                - ao domingo: desde as 11:00 horas até às 12:30 horas.

        O link de acesso é o seguinte:

                        

       

   EIS O LINK:

Igreja Lanheses - IPCamLive.com






(FOTO DE Arquivo)  

Remígio Costa 

CASA DO POVO DE LANHESES ESTÁ DE ANIVERSÁRIO.

        
                              O edifício da atual Casa do Povo de Lanheses


        A Casa do Povo de Lanheses está, hoje, de aniversário: 84 anos. À distância de quatro meses e um dia que eu terei de percorrer para completar a mesma idade. Velhinhos, ambos. É um facto, não dá para iludir o tempo nem a memória.

         Cruzámo-nos vezes sem conta nos caminhos paralelos por onde a vida vivida nos conduziu: no gabinete, desde a minha infância, do sempre guardado com saudade e gratidão na minha memória, o saudoso e extraordinário médico-família Senhor Doutor Manuel Roque Jorge Machado, na puberdade e na idade mais adulta na atividade de teatro (figurante e encenador) e no futebol (praticante, orientador e dirigente), na cena da interrupção em pleno palco de uma peça de teatro de um drama a decorrer (Os Condes de Alcoutim), das reuniões na cave no fim da atuação para comer uma bolacha Maria e degustar um cálice de vinho do Porto, e rir, e comentar, e conviver com os amigos, nas sessões cinematográficas de operador ambulante, interrompidas por quebra da fita ou corte da corrente elétrica, nos espetáculos das companhias dos cantores Alberto Ribeiro e Tomás de Barros Queirós, da apresentação, no palco, pelas moças que integraram o curso aprendizagem dos vestidos por elas costurados, dos múltiplos atos públicos e assembleias de debates e de votações, da noite passada a ouvir os interlúdios na televisão à espera de ver Neil Amstrong a colocar o primeiro pé do Homem na superfície lunar às 06:00h da madrugada, a redigir a ata na cave da criação do União Desportiva de Lanheses em 18 de Setembro de 1973, a ouvir as recomendações (e os raspanetes)do venerando presidente de quarenta anos de direção, sr. Francisco Dias de Carvalho.

         Oitenta e quatro anos! Um ápice! Um ai!Um suspiro leve mas profundo.
          
                        Cena da peça "Os vizinhos do rés do chão"

         Feliz futuro, companheira. Não te deixes abater, renova-te, cumpre o teu roteiro, mostra e faz (bem) o muito que sabes e podes oferecer. Será, sem dúvida, muito mais longo e nutrido o teu do que o meu caminho. Nem todos os companheiros da viagem chegam juntos ao fim na mesma caminhada. Bom, é ter participado nela.

         Pago a quota do e um algarismo que me atribuíram, 7. Dizem que é um número de sorte. Apenas isso posso (ainda) esperar.




Fotos: doLethes      
Remígio Costa.

             

sexta-feira, 27 de março de 2020

GOTA. Do reportório de danças do Rancho Folclórico da Casa do Povo de Lanheses (Viana do Castelo)




GOTA.

Se quiseres qu'eu cante a gota,
Ai eu a gota não a sei.
Dai-me uma gota de vinho,
Ai qu'eu a gota cantarei.

Se quiseres qu'eu cante a gota,
Ai dai-me vinho ou dinheiro.
Qu'esta minha gargantinha,
Ai não é forja de ferreiro.

Raparigas cantai todas,
Ai rapazes cantai com elas.
Aqui não há que dizer,  
Ai dos rapazes nem delas.

Se quiseres que eu cante a gota,
Ai dai-me uma pinga de vinho.
O vinho é coisa Santa,
Ai faz o cantar delgadinho.

Se quiseres que eu cante a gota,
Ai dai-me vinho, dai-me vinho.
Eu sou como o rouxinol,
Ai a cantar devagarinho.

(do Cancioneiro popular)



Fotos de arquivo: doLethes
Remígio Costa

(13) FIGURAS E FACTOS DA HISTÓRIA DO FUTEBOL LANHESENSE



(Esta equipa respeita a um período posterior à minha descrição a seguir exarada. Posso identificar a maior parte deles, mas não todos, mesmo que os tivesse visto em ação. À direita, o meu saudoso amigo Rogério Agra, que orientava então estes rapazes). A foto foi “sacada” do Messenger de uma familiar minha emigrante, esposa do Casimiro Vale).

(13)FIGURAS E FACTOS DA HISTÓRIA DE FUTEBOL LANHESENSE.
       1.1-PERÍODO DO DEFESO PREENCHIDO COM JOGOS AMIGÁVEIS.
        Terminado o campeonato corporativo a atividade desportiva da equipa do GDCP de Lanheses passou a desenrolar-se com bastante frequência e regularidade com a participação em jogos particulares, que decorriam alternadamente em Lanheses e nos campos de eventuais adversários. O grande e excelente relacionamento social, a paixão pelo desporto, e o enorme dinamismo que caraterizavam a personalidade de Rogério Agra e o prestígio de que a sua família gozava, facilitavam contatos os mais variados e interessantes com equipas de diferentes localidades e reconhecido valor com vista a acordar jogos particulares. 
         Assim, no dia 16 de julho, a equipa de Lanheses deslocou-se a S. Julião de Freixo do concelho de Ponte de Lima, para a realização de um encontro amigável, tendo a formação do GDCP alinhado: Lambranca, g.r., Viga, Neu do Augusto, Rogério Dantas, Remígio Costa, Artur Vale, Chico da Rua, Janota, Domingos Gomes, Fernandinho e Rogério Agra. O resultado da partida terminou com a vitória dos Lanhesenses pelo resultado de 1-2, com golos de Domingos Gomes e Chico da Rua.
         No jogo em S. Julião de Freixo fica assinalado o meu regresso à equipa da terra da minha naturalidade, depois de duas épocas passadas na equipa de juniores do Sport Clube Vianense, seguida da do meu companheiro Artur Vale que decorreu alguns jogos antes.
         Em 11 de setembro a equipa foi jogar à Ponte da Barca para defrontar o Barca Atlético Clube, tendo a formação da nossa equipa sido formada por: Lambranca, gr, Artur Vale, Delmiro Costa, Rogério Dantas, Remígio Costa, Zé Campela, Chico da Rua, Fernandinho, Domingos Gomes, Janota e Jerónimo. A nossa equipa venceu por 2-3, sendo os golos apontados por Domingos Gomes e Jerónimo.
     Como se verifica há jogadores que se mantêm com permanência na formação da equipa, a par da entrada de novos nomes alguns deles da formação própria. No encontro acima regista-se a chamada à equipa de Zé da Campela e de Jerónimo, o primeiro natural da terra e o segundo de Ponte de Lima.
      Em 23 de outubro o GDCP foi visitar o Formariz, freguesia do concelho de Paredes de Coura. O jogo terminou com uma derrota do Lanheses pelo resultado de 3-1. Alinharam: Rogério (G.Lima), Ramiro, Delmiro Costa, Henrique, Zé Campela, Rogério Dantas, Abel, Fernandinho, Domingos Gomes, Janota e Miguel Firmino. Janota apontou o golo do Lanheses. Relativamente à partida anterior a equipa jogou com algumas alterações.
       A 13 de novembro aconteceu no Campo de Jogos dos Cutarelos o jogo de retribuição do Barca A.C.. Orientava nessa altura a equipa local, Francisco Sousa do Vale que fez alinhar a seguinte formação: Lambranca, gr., Neu do Augusto, Ramiro, Delmiro Costa, Zé da Campela, Remígio Costa, Artur Vale, Chico da Rua, Janota, Domingos Gomes, Rogério Dantas e Adriano. No segundo tempo, João da Latoeira entrou para substituir Adriano, o qual reentrou na equipa com a saída de Chico da Rua. A vitória por 4-2 pertenceu ao Lanheses, com golos apontados por Domingos Gomes, Rogério Dantas, Remígio Costa e Janota.
       A 27 de novembro o adversário do GDCP no parque de jogos Lanheses foi o Formariz, de Paredes de Coura, em retribuição da visita anteriormente realizada aquela localidade. O resultado for uma volumosa vitória da equipa de Lanheses por 7-0 (!). A 4 de dezembro o GDCP recebeu e venceu o Neves FC por nova goleada de 6-1, não havendo contudo ficado registo sobre a constituição da equipa e dos marcadores dos golos do Lanheses. A 18 de dezembro o GDCP numa deslocação a S. Pedro da Torre, do concelho de Valença, foi batido pela equipa local por 3-1, do qual, à semelhança dos jogos atrás referidos não ficou registo.
       O último jogo do ano de 1955 ocorreu em 26 de dezembro contra o Desportivo Caisnovense, Darque, no qual se verificou um empate a 1-1. A equipa Lanhesense foi assim constituída: Lambranca, gr., Ramiro, Artur Vale, Rogério Dantas, Remígio Costa, Delmiro Costa, Chico da Rua, Fernandinho, Domingos Gomes, Janota e Adriano, sendo suplentes João Ramos e Manuel Firmino.


        1.2.-SISTEMA DE JOGO ADOTADO PELA EQUIPA.
        O modelo de jogo adotado pela equipa não era preocupação fundamental do seu orientador e mesmo dos atletas. Os responsáveis pela orientação da equipa (tenho relutância em designá-los como treinadores porque apenas tinham sido praticantes e não possuíam qualquer formação específica), distribuíam aos jogadores posições na equipa de acordo com as suas caraterísticas e habilidade natural e da apetência que cada um manifestava e gostava de atuar.
       Até à chegada ao futebol português do treinador brasileiro Oto Glória que trouxe ao futebol luso o sistema de jogo em diagonal, o GDCP de Lanheses seguia o modelo tradicional criado por Cândido de Oliveira, isto é, três defesas, dois médios e cinco avançados, sendo que dois destes posicionavam-se à frente dos médios mais defensivos, à direita e à esquerda, sistema que foi consagrado em duas letras do abecedário: o famoso WM, seguido de modo geral em Portugal durante muitos anos. 
        A atribuição da posição na equipa baseava-se prioritariamente (como acima se refere) na habilidade inata do jogador e, algumas vezes, no perfil físico; alto e possante ou raçudo, isto é, estilo de bater a bola de “olhos fechados”, estava destinado a defender; se possuía técnica e “tratava bem” a bola e possuía boa visão de jogo de equipa, apetência pelo remate e velocidade de execução, tinha lugar nas posições atacantes. Havia, nesta fase, alguns jogadores de excelente qualidade em todas as posições. Não os nomeio apenas por respeito com quem, não sendo um artista no trato da bola, deu tudo o que podia e sabia pela honra de camisola que envergava.
       É certo que não raras vezes e segundo os interesses do momento, jogadores mais polivalentes eram chamados para desempenhar posições na equipa diversas daquelas que habitualmente ocupavam, podendo numa partida ser escalado para avançado centro e na seguinte para defesa central. Aconteceu comigo. A minha posição preferida foi sempre a de interior direito (médio ofensivo), com tendência para assistências e regulação do jogo interior da equipa.
      Sem prejuízo do desempenho na posição em que cada um jogava, nunca algum deixou a ser solidário na luta pelo melhor resultado sempre que as dificuldades e o valor do adversário a alma da equipa o exigia. Esta sempre foi a verdadeira arma daqueles que vestiam a camisola do GDCP de Lanheses.


Remígio Costa

ROMARIA DE NOSSA SENHORA DA ENCARNAÇÃO, EM VILA MOU, VIANA DO CASTELO

                   A Romaria de Nossa Senhora da Encarnação é uma antiga celebração católica que decorre na freguesia de Vila Mou, do concel...