sexta-feira, 9 de setembro de 2011

QUEM SABE FAZ, QUEM NÃO QUER, ENSINA.

           
           De médico e louco todos nós temos um pouco, diz o aforismo popular. E de conselheiro convicto, seja qual for o assunto em questão e o grau da dificuldade de resolução dos temas, também é uma qualidade das mais abundantes na maioria das pessoas.

             Muitas vezes, não somos competentes na resolução dos nossos próprios problemas mesmo que deles conheçamos todos os pormenores e os meios ao nosso alcance para os resolver, mas não resistimos a dar conselhos ou opinar sobre matérias das quais nada, ou muito pouco, sabemos nem nos interessa conhecer.

             Nós sabemos, por experiência própria, que um cidadão que aceita ser eleito para determinada função pública, tem obrigação de sujeitar-se às críticas das acções que realiza no decorrer da sua actividade pública ou por aquilo que deixou de fazer. É uma regra da democracia que tem que ser considerada normal e um direito constitucional.

             Quem age de boa fé e está interessado em colaborar na solução de problemas que se põem à administração que representa os interesses de todos, deve estar minimamente informado sobre regras básicas da gestão pública, designadamente em questões de natureza económica que condicionam a liberdade de obter, e dispor, dos fundos necessários para levar a efeito obras ou criar melhoramentos.

             Em muitos casos, aprendi isso ao longo da vida profissional que tive, eram assumidos cargos por pessoas com excelentes propósitos e grande capacidade de trabalho mas, quando confrontados com as restrições e exigências da contabilidade pública que completamente desconheciam, acordavam para a realidade e reconheciam a falência das convicções com que intentavam agir melhor dos que os antecederam no cargo. Quando, a título de exemplo, pretendiam fazer aquisições de bens ou serviços e lhes era dito que era imperioso cumprir leis aplicáveis aos encargos a assumir, ficavam atónitos por não lhes ser permitido, legalmente, contrair encargos para além das verbas disponíveis nas rubricas correspondentes inscritas na Lei orçamental, nem poderiam verbas de vencimentos a pagar aos funcionários ser desviadas para cobrir gastos de gás, telefone, papel higiénico, ou outros.

             Não é só agora que as verbas atribuídas à Junta de Freguesia são exíguas e, ainda que assim não fosse, sempre seriam insuficientes para a concretização das aspirações e necessidades reais da nossa freguesia. Muitas acções que têm sido levadas a cabo pelos vários executivos da Junta, não fosse o trabalho persistente e interessado dos seus autarcas e a boa vontade de muitas pessoas, nunca, ou tarde e mal, seriam resolvidos. Como exemplo, considere-se o alargamento de caminhos que, não fosse a cedência gratuita de terreno para o efeito por parte dos seus proprietários, não teríamos os acessos de que hoje usufruímos; ou, o actual posto a GNR, no Romão, entre outras iniciativas mais antigas cuja participação dos lanhesenses foi determinante para a sua continuidade nesta freguesia.

             Muitas vezes se ouve a expressão de que "a Junta não faz (ou não fez) nada" ou, executou isto quando devia ter sido feito aquilo, ou ache que há muito já deveria haver um túnel que tirasse da superfície o trânsito que passa no Largo Capitão Gaspar de Castro (Benemérito) ou mesmo que se reactivasse a Linha do Vale do Lima, para ver passar o comboio a apitar e a cuspir fumo, ou,  nem sequer tratou de pintar o pau da bandeira do edifício onde está instalada
     
             Normalmente, quem assim se expressa, nunca participou numa sessão pública da Junta, não tem a mínima noção donde poderia vir o dinheiro para custear os investimentos nem se eles se justificavam, nunca integrou ou colaborou em organizações locais de solidariedade e colectividades culturais e recreativas mantidas à custa de verdadeiros heróis da disponibilidade pessoal, e muitas vezes económicas, de verdadeiros bairristas. Não fazem, mas incomoda-os que outros não lhe sigam o (mau) exemplo.

             As sugestões devem ser ponderadas pela entidade a quem são apresentadas e, sejam ou não acolhidas, merecem sempre um parecer fundamentado a quem as apresentou com espírito construtivo, seja individualmente ou em sessão pública, devendo ser usados os meios usuais de comunicação e não os locais públicos onde raramente acontece o contraditório e se ampliam os boatos perniciosos.

             Por comentários que vamos ouvindo e lendo, ainda há quem, entre nós, relacione capacidade de liderança e competência com a opção política que cada um tem direito defender, como se isso fosse indicador de qualquer superioridade ou dom especial de uma cidadão em relação a outro. Independentemente da cor ou símbolo sob o qual o dirigente chegou à liderança, ninguém terá argumentos sérios que justifiquem uma atitude contra o bem estar e o progresso que outros intentam criar na terra  que todos estamos comprometidos a ajudar a crescer.


           

           

           

            

1 comentário:

  1. Muito bem Sr. Costa ,aqui o Senhor esta a fazer estoria! Espero que va mais longe e mais para traz nas suas consideracoes...e sei que e homem para isso porque o conheco desde menino.(Nasci muito perto de si) Parabens pelo seu comemtario.
    E pena que nao exista um jornal "Um Noticias de Lanheses" ai seria um lider que faz falta para corregir o passado, o presente e fazer justice como o Senhor se refere! Uma vez mais os meus sinceros parabens.

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