domingo, 20 de maio de 2012

FESTA DIFERENTE COM GENTE CONTENTE.

              A festa de Santo Antão Abade, São Silvestre e São Sebastião, que cumpriu hoje o seu último dia não é daquelas festividades que junta muita gente, que envolve uma grande organização, despesas avultadas e contratações de bandas famosas e a realização de concertos por conjuntos que custam rios de dinheiro que podem atrair um significativo grupo de jovens com reduzido contributo para o seu brilho.

              O "Santo Antão" que continua a resistir ao gradual apagamento de festas com as características desta tendo perdido já, até, a sua primeira característica que era a de santo padroeiro dos animais domésticos, auxiliares preciosos no trabalho e para consumo das famílias, mantém todavia nos lanhesences particular carinho e bastante interesse, indiciando possuir aceitação popular que poderá garantir a sua futura continuidade.

               Manuel Castro, à conversa junto à capelinha
                  
             Coincidindo com a celebração da Ascenção de Jesus Cristo, o dia comportou vários actos religiosos que decorreram na Igreja Paroquial na Eucaristia das 11 horas, com a Hora da Adoração como sempre acontece neste dia e, pelas quatro da tarde, teve lugar a procissão com saída da Igreja até à capelinha de Santo Antão, onde seguiam quatro andores (Santo Antão, São Sebastião, São Silvestre e Nossa Senhora de Fátima, ao compasso de uma charanga de Santa Marta de Portuzelo.

               Já no recinto tive oportunidade de estar à conversa por breves momentos com Manuel Castro que exerce a sua actividade em França, e que, tal como Chico Pistolo e David Pereira, também eles a trabalhar naquele país, se deslocaram propositadamente nesta altura à sua terra para participarem nesta festa. Foi com muito gosto que soube do interesse que o doLethes suscita na região parisiense onde sei haver muitos lanhesences ali radicados muitos dos quais souberam da existência do blogue através dele. Muito grato e bom regresso.


                          Despedida da charanga, em Santo Antão

                                  Vista parcial dos festeiros presentes.

                               O Pároco Daniel assistindo à exibição da charanga.

2 comentários:

  1. Esta bonita festa que tanto gosto, e que não podemos deixar acabar, viveu outrora o seu maior esplendor. Na memória dos mais idosos, ainda está bem viva a importância que esta festa teve no passado. Conta a minha mãe, que houve uma fase, era ela jovem, em que o mordomo da cruz é que convidava para a festa de Santo Antão, os mordomos e as mordomas. Estes, no domingo da festa, concentravam-se na casa do mordomo da cruz, (elas com os cestos das flôres)e dali partiam para a igreja, ao som de uma banda de musica. Ali durante a missa "da Hora", eram os mordomos que pegavam nos cestos com as flores e as deitavam pela igreja abaixo (também as atiravam a partir do coro). De tarde, as mordomas integravam a procissão, levando um taboleiro, geralmente com um bolo (chamado Redondo), que se confeccionava na padaria Dantas. No domingo da festa, ao contrário do que hoje observamos, era um mar de gente, que vinha de S.Pedro, Vila Mou, Meixedo etc. Toda a gente trazia animais, que alinhavam no recinto, e finda a benção faziam três voltas com eles à capelinha. A romaria não acabava, sem comer o chouriço (utilizava-se muito a eira da D. Olivia Lagoela), com o pão e o vinho comprado no recinto da festa. Sem esquecer os tremoços, as roscas, as "grades" etc.
    Hoje já pouca gente tem animais, os tempos mudaram, e o culto a Santo Antão tão importante no passado, foi-se desvanecendo com o tempo. Hoje a tradição voltou a cumprir-se, e o Padre Daniel, disse qu "é possivel que devido a esta crise, as pessoas voltem a criar animais".`Sim é possivel que isso aconteça, e é necessário, mas o culto de outrora, não voltará mais.
    Como disse no inicio, temos é que fazer com que esta bonita festa não acabe. Hoje houve até emigrantes amigos, que vieram de propósito para a festa de Santo Antão. Tal como eu hà muita gente que adora esta festa!
    Haverá local mais bonito que este?

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  2. Amaro Rocha:

    Excelente evocação da festa de Santo Antão. A memória de v/ mãe aqui descrita, corresponde à que eu próprio guardo dos tempos idos.

    Se a História se repete, como dizem, então ainda os vindouros poderão vir a saber como era original a festa onde os animais domésticos foram os verdadeiros protagonistas...

    Abraço de amizade.
    Remígio Costa.

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