sábado, 18 de abril de 2020

LANHESES (Viana do Castelo) E A REAÇÃO AO ESTADO DE EMERGÊNCIA EM CURSO.

         

  A obrigatoriedade de cumprir as determinações legais respeitantes ao confinamento dos cidadãos nos seus domicílios, com as exceções nelas especificadas, não permitem fazer uma avaliação aprofundada e precisa a respeito do comportamento social da comunidade lanhesense nesta grave pandemia que nos atingiu. No entanto, poder-se-á dizer que de um modo geral as pessoas estão conscientes da necessidade em aceitar e cumprir as medidas prescritas para se defenderem, a si e ao seu semelhante, do terrível e devastador virus que se propagou de forma violenta e impiedosa a todos os níveis, por Portugal e pelo planeta em geral.
    
       Nos espaços onde habitualmente é maior e frequente a afluência de consumidores de bens ou serviços, e o acesso está permitido sob condição, os seus gestores procederam às alterações exigidas para atendimento público, criando barreiras de proteção nos balcões e limitando o acesso ao interior a duas pessoas em simultâneo, enquanto, no exterior outros aguardam a vez do atendimento respeitando entre si a distância recomendada. Este procedimento é obrigatório nos estabelecimentos onde podem ser adquiridos bens essenciais de consumo doméstico ou de saúde, podendo outros de idêntica classe funcionar em regime de atendimento para fora (take awey). Esta prática pode ser comprovada na farmácia, nas confeitarias e padarias, nos restaurantes e na peixaria, em alguns cafés, no talho, no serviço postal, nas drogarias, nos estabelecimentos de venda a retalho, nas casas e grémio da lavoura e nas papelarias do Largo Capitão Gaspar de Castro e ruas convergentes, enquanto na clínica médica e na da assistência a animais domésticos os serviços podem ser requisitados por telefone ou na loja no horário afixado. Alguns estabelecimentos resolveram suspender a atividade e estão, até agora, encerrados.

      Os atos religiosos celebrados na Igreja Paroquial cumprem integralmente as normas legais estabelecidas.

      A Obra Paroquial e Social Riba Lima mantém a quarentena a que se submeteu, não transpirando de dentro relatos preocupantes sobre a situação dos utentes.

      Nem tudo vai bem fora das situações acima referidas, sobretudo depois da celebração do Dia de Páscoa. Até essa altura, o Largo de Feira e o parque de estacionamento no fim da rua de Santa Eulália, estavam literalmente desocupados, o que atualmente já não acontece. A circulação automóvel cresceu sendo frequente ver viaturas com ocupantes, a Avenida que leva ao rio Lima já não tem a monotonia de há dias atrás, não obstante a persistente vigilância móvel e as recomendações sonoras feitas pela GNR.

     É impossível não reparar na alta percentagem de cidadãos que ainda  transita e acessa  a locais na via pública sem usar a máscara higiénica de proteção. Nesta caso, a grande maioria não o fará por desleixo mas sim porque não estão no mercado a preço honesto, tal como os produtos recomendados insistentemente para higienizar o ambiente e lavar as mãos com muita frequência, porque a cotação subiu a um nível comparável à do ouro.

     E enquanto o uso das máscaras não for imposto a todos os cidadãos por decreto, e gratuitas, a situação manter-se-á em contraponto com as exigências da saúde pública.


     Não se vendo os ajuntamentos costumados dos desocupados e de cidadãos de idade mais avançada em hora de lazer, veem-se, espaçados, crescer em número os "passeantes". São menos, apesar de tudo, do que antes da pandemia até porque não há alunos a aceder às escolas que continuam encerradas.


     Importa referir, dando crédito a um desabafo que me mereceu credibilidade, que o Centro de Saúde está, neste momento, encerrado. E nem aos contatos telefónicos há resposta. A ser confirmada, a situação é indesculpável. Falta informação a quem lá busca remédio para atender a estados de saúde que requerem urgência, sobretudo dos idosos, que não sabem como dar encaminhamento às debilidades por que estão a passar.


    Quanto ao estado da possível contaminação da comunidade local pelo coronavírus Codiv-19, não há informação oficial para a certificar. É comum nos meios rurais as notícias serem transmitidas boca-a-boca nos encontros pontuais das pessoas e nas conversas de vizinhança. Nos últimos dias aconteceram na freguesia falecimentos sucessivos de três cidadãos de avançada idade, nada constando porém até agora sobre as causas da morte de cada um.

   Os noticiários emitidos nos media começam a divulgar dados sobre o abrandamento da fatídica crise, que, não a eliminando definitivamente a curto prazo, permite que se abra uma janela de fé e de esperança de que dias menos angustiantes e dramáticos poderão chegar a tempo.


     

 Remígio Costa

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