terça-feira, 14 de abril de 2020

(16)FIGURAS E FACTOS DA HISTÓRIA DO FUTEBOL LANHESENSE


(16)FIGURAS E FACTOS DA HISTÓRIA DO FUTEBOL LANHESENSE



 Da esquerda: Artur Vale, gr, Fernando Pilo, Badalheiro, Viga, Justino Arieiro, Zé Tripa e Frutuoso (Toso); em baixo: Álvaro Agra, Rogério Agra, Alcindo Pereira (?), Janota, Rogério Dantas e Azevedo.
        

                   1.1. – O FIM DE UMA ERA
                             O ano de 1957 pode ser tomado como o fim de uma era do futebol amador em Lanheses.

                    Com efeito, os graves acontecimentos ocorridos no dia 6 de março de 1956 a quando do jogo disputado entre o GDCP de Lanheses e o GDCP de Lanhelas, para o campeonato corporativo da FNAT, o qual não terminou em virtude da invasão do recinto de jogo por um número elevado de assistentes como atrás ficou relatado, resultou que a equipa de Lanheses ficou afastada da participação da prova no ano de 1957. Em consequência da inatividade forçada, o plantel sofreu bastantes baixas sobretudo de jogadores que até ali tinham tido um ação preponderante na equipa, os quais optaram por representar outros clubes em condições mais favoráveis, ou emigraram para França, a maioria, e para o Brasil, como Delmiro Costa, ou, por força do cumprimento do serviço militar obrigatório, e, ainda, por motivos de prosseguimento ou início de carreira académica.

                    Contudo, a atividade não foi totalmente interrompida mantendo-se a participação da equipa, com relativa frequência, em jogos amigáveis sendo que o plantel foi recomposto com novos elementos naturais de Lanheses e vindos de outros clubes amadores de diferentes origens, maioritariamente de Ponte de Lima e Viana do Castelo.

                  O primeiro jogo de que há registo ocorreu em Lanheses a 5 de maio de 1957, sendo adversário a Associação Desportiva de Ermesinde, para o qual foram convocados os seguintes elementos: M. Ferreira (Lucas), Poças, Guerra, Fernando Canivete, Miguel Firmino, Remígio Costa, Viga, José Colhas, Fernando Rocha, Domingos Gomes, Rogério Dantas, José Rocha, Tomás e Henrique Pereira. 

                 Até ao final da época (e do ano de 1957), a equipa Lanhesense realizou mais as seguintes partidas, contra: Vila-verdense, Ermesinde, Leões de Viana, Santamartense, Neves FC, Gandarense, e UD Aldeias (Vale do Âncora), os últimos jogos realizados antes do longo interregno que se seguiu entre 1958 e 1963, em que a prática da modalidade e a participação do GDC do Povo em jogos de futebol esteve interrompida.

                Aparecem pela primeira vez na formação da equipa nomes como M. Ferreira (Lucas) José Colhas, José Rocha, Henrique Pereira e Fernando Rocha, naturais de Lanheses, mas, também, Poças e Tomás, de Ponte de Lima, e Guerra, de Viana do Castelo, com duração de ligação ao GDCP relativamente curta.

                                         Os irmãos Álvaro e Rogério Agra


               1.2.-O REGRESSO A LANHESES DO FUTEBOL ORGANIZADO.
                        Após uma quarentena de cinco anos o futebol ressurge no seio da comunidade Lanhesense, de novo sob a tutela da Casa do Povo e responsabilidade de organização de Rogério Dantas Rio, com vista à reconstituição de uma equipa capaz de voltar a competir no campeonato corporativo da FNAT. A nomeação do Rogério Dantas e a sua tomada de posse do lugar no dia 2 de janeiro de 1965 constam do livro de atas do Grupo Desportivo da Casa do Povo de Lanheses, conforme se extrai da citação seguinte: “deliberou a direção da Casa do Povo de Lanheses nomear para dirigir o grupo desportivo (futebol) o Sr. Rogério Dantas Rio (…) nas épocas de 1965/66 1966/67.” (sic).



                         Fernando Pilo, um craque no trato da bola

                 Voltaram os jogos ao parque desportivo da freguesia de Lanheses, onde se disputaram a partir de então os jogos particulares abaixo referidos, dos quais apenas ficaram registados os resultados e nenhuma referência respeitante aos jogadores utilizados. Todavia, recorrendo a fotografias respeitantes à época e dos cartões de inscrição dos atletas foi possível identificar, não a totalidade dos inscritos, mas uma grande parte deles, a saber: Rogério Dantas, Viga, Manuel Carolino, Alcindo, António Tocha, Justino Arieiro, Fernando Pilo, os irmãos Rogério e Álvaro Agra, Janota, Alcindo Pereira, Miguel Tinoco e Abílio Silva. Além dos que vieram do antigo plantel e protagonizaram papel relevante no passado, surgem agora nomes que viriam a conseguir carreiras de grande sucesso não apenas na equipa local como, mais tarde, noutros emblemas de projeção maior no futebol federado, como foi o caso de Fernando Pilo e Alcindo Pereira, dois jogadores possuidores de enorme intuição e caraterísticas técnicas acima da média para a prática da modalidade e que tiveram oportunidade de provar, o Fernando nos “Os Limianos”, de Ponte de Lima, e o Alcindo com a camisola do Sport Clube Vianense.

                   Os jogos e os resultados neste regresso do futebol a Lanheses são os seguintes:
              -Velha Guarda – Nova equipa da Casa do Povo, 4-2;
              -GDCP Lanheses – Real Jardim (Viana do Castelo), 2-4;
              -GDCP Lanheses – Triunfo FC, 3-3;
              -Triunfo FC – GDCP Lanheses, 1-3;
              -GDCP Lanheses – Leões de Cardielos, 16-0;
              -GDCP Lanheses – Vitória Além da Ponte, 9-0.
              
                             

                1.3. GDCP LANHESES INTENSIFICA PREPARAÇÃO EM JOGOS PARTICUALARES.
              Com vista a dar à equipa a melhor preparação possível visando poder vir a competir no campeonato corporativo com o valor com que antes havia participado, Rogério Dantas procurou preencher um bem preenchido calendário de jogos encetando contatos com equipas amadoras que possuíssem alguma qualidade para disputar jogos dentro e fora de casa.

              Dos que foi possível obter registo, consta o Lanheses contra uma equipa de Perre (Viana do Castelo), efetuada a 4 de julho, o qual terminou com o resultado favorável de 7-1, sendo a equipa constituída pelos seguintes elementos: Domingos, Passos, Zé Franco, Fernando Pilo, Alcindo Pereira, Viga, Manuel Carolino, Janota, Álvaro Agra, Veloso II, António Miguel, Rogério Dantas, e Abílio Silva, efetivos e suplentes incluídos.


                No dia 11 de julho, realizou-se um jogo no parque desportivo entre o GDCPL e a AD da Correlhã, Ponte de Lima, apresentando-se a equipa da casa com a seguinte formação: Passos, Domingos, Carolino, Viga, Rocha, Zé Franco, Veloso, Abílio, Pilo, Alcindo, Álvaro Agra, Janota, Rogério Dantas, Octaviano e António Miguel, tendo a vitória pendido para a equipa da casa pelo resultado de 4-1. Na retribuição da visita o GDCPL deslocou-se à Correlhã, tendo o triunfo pertencido à equipa visitada pelo resultado de 4-0.

                No dia 1 de agosto o jogo foi em Lanheses entre “solteiros e casados”, mas não terá decorrido em clima de boa confraternização e amizade, tendo-se verificado casos de indisciplina (não especificados) que levaram a direção da Casa do Povo a aplicar sanções disciplinares ao, nessa altura, orientador da equipa, Alfredo Ramos Arouca (Janota), com a pena de suspensão de 60 dias e ao jogador Viga com idêntica penalização a cumprir até 10 de outubro desse mesmo ano.

                   Domingos Casimiro Gomes, à esquerda, com Zé Pereira, ex-atleta e presidente do atual UD Lanheses (UDL)
(Continua)

Remígio Costa

2 comentários:

  1. Faz sentido o Centro de Saude de Lanheses estar fechado ha mais de um mês!!!
    Por onde anda o pessoal que esta de serviço nesse posto? Será que acabaram os doentes nesta zona de assistente? Ha na porta de entrada números de telefones para chamar! Mas se chamar ninguém atende! Isto e falta de vergonha? De respeito?A junta a Guarda ou o próprio Dolethes não nos podem dar um explicação neste estado de emergência! Concluiomos fechem de uma vez por todo,por favor!!!

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    1. Caro consolente

      O confinamento imposto a que estamos sujeitos e temos obrigação de cumprir, limitam a liberdade de circulação e a convivência social, pelo que me passa ao lado quase tudo que vai, por cá, acontecendo. As notícias chegam-me através do facebook, não dei conta de alguém ter divulgado a situação que descreve, que na realidade é lamentável, porque não estão cumpridos os fins da sua existência, o que não deveria acontecer. Contudo, quero crer que o procedimento dos responsáveis e dos funcionários que lá exercem funções está a coberto da Lei que lhes é aplicável, sendo de admitir que o encerramento se deva à escassez de pessoal para a substituição dos que estejam impedidos por força maior. Sugiro que entre em contato com o posto de Santa Marta, onde lhe poderão ser dadas informações concretas. Faço votos para que resolva da melhor forma os problemas de saúde para os quais tem dificuldade de encontrar a solução.

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