sexta-feira, 27 de março de 2020

(13) FIGURAS E FACTOS DA HISTÓRIA DO FUTEBOL LANHESENSE



(Esta equipa respeita a um período posterior à minha descrição a seguir exarada. Posso identificar a maior parte deles, mas não todos, mesmo que os tivesse visto em ação. À direita, o meu saudoso amigo Rogério Agra, que orientava então estes rapazes). A foto foi “sacada” do Messenger de uma familiar minha emigrante, esposa do Casimiro Vale).

(13)FIGURAS E FACTOS DA HISTÓRIA DE FUTEBOL LANHESENSE.
       1.1-PERÍODO DO DEFESO PREENCHIDO COM JOGOS AMIGÁVEIS.
        Terminado o campeonato corporativo a atividade desportiva da equipa do GDCP de Lanheses passou a desenrolar-se com bastante frequência e regularidade com a participação em jogos particulares, que decorriam alternadamente em Lanheses e nos campos de eventuais adversários. O grande e excelente relacionamento social, a paixão pelo desporto, e o enorme dinamismo que caraterizavam a personalidade de Rogério Agra e o prestígio de que a sua família gozava, facilitavam contatos os mais variados e interessantes com equipas de diferentes localidades e reconhecido valor com vista a acordar jogos particulares. 
         Assim, no dia 16 de julho, a equipa de Lanheses deslocou-se a S. Julião de Freixo do concelho de Ponte de Lima, para a realização de um encontro amigável, tendo a formação do GDCP alinhado: Lambranca, g.r., Viga, Neu do Augusto, Rogério Dantas, Remígio Costa, Artur Vale, Chico da Rua, Janota, Domingos Gomes, Fernandinho e Rogério Agra. O resultado da partida terminou com a vitória dos Lanhesenses pelo resultado de 1-2, com golos de Domingos Gomes e Chico da Rua.
         No jogo em S. Julião de Freixo fica assinalado o meu regresso à equipa da terra da minha naturalidade, depois de duas épocas passadas na equipa de juniores do Sport Clube Vianense, seguida da do meu companheiro Artur Vale que decorreu alguns jogos antes.
         Em 11 de setembro a equipa foi jogar à Ponte da Barca para defrontar o Barca Atlético Clube, tendo a formação da nossa equipa sido formada por: Lambranca, gr, Artur Vale, Delmiro Costa, Rogério Dantas, Remígio Costa, Zé Campela, Chico da Rua, Fernandinho, Domingos Gomes, Janota e Jerónimo. A nossa equipa venceu por 2-3, sendo os golos apontados por Domingos Gomes e Jerónimo.
     Como se verifica há jogadores que se mantêm com permanência na formação da equipa, a par da entrada de novos nomes alguns deles da formação própria. No encontro acima regista-se a chamada à equipa de Zé da Campela e de Jerónimo, o primeiro natural da terra e o segundo de Ponte de Lima.
      Em 23 de outubro o GDCP foi visitar o Formariz, freguesia do concelho de Paredes de Coura. O jogo terminou com uma derrota do Lanheses pelo resultado de 3-1. Alinharam: Rogério (G.Lima), Ramiro, Delmiro Costa, Henrique, Zé Campela, Rogério Dantas, Abel, Fernandinho, Domingos Gomes, Janota e Miguel Firmino. Janota apontou o golo do Lanheses. Relativamente à partida anterior a equipa jogou com algumas alterações.
       A 13 de novembro aconteceu no Campo de Jogos dos Cutarelos o jogo de retribuição do Barca A.C.. Orientava nessa altura a equipa local, Francisco Sousa do Vale que fez alinhar a seguinte formação: Lambranca, gr., Neu do Augusto, Ramiro, Delmiro Costa, Zé da Campela, Remígio Costa, Artur Vale, Chico da Rua, Janota, Domingos Gomes, Rogério Dantas e Adriano. No segundo tempo, João da Latoeira entrou para substituir Adriano, o qual reentrou na equipa com a saída de Chico da Rua. A vitória por 4-2 pertenceu ao Lanheses, com golos apontados por Domingos Gomes, Rogério Dantas, Remígio Costa e Janota.
       A 27 de novembro o adversário do GDCP no parque de jogos Lanheses foi o Formariz, de Paredes de Coura, em retribuição da visita anteriormente realizada aquela localidade. O resultado for uma volumosa vitória da equipa de Lanheses por 7-0 (!). A 4 de dezembro o GDCP recebeu e venceu o Neves FC por nova goleada de 6-1, não havendo contudo ficado registo sobre a constituição da equipa e dos marcadores dos golos do Lanheses. A 18 de dezembro o GDCP numa deslocação a S. Pedro da Torre, do concelho de Valença, foi batido pela equipa local por 3-1, do qual, à semelhança dos jogos atrás referidos não ficou registo.
       O último jogo do ano de 1955 ocorreu em 26 de dezembro contra o Desportivo Caisnovense, Darque, no qual se verificou um empate a 1-1. A equipa Lanhesense foi assim constituída: Lambranca, gr., Ramiro, Artur Vale, Rogério Dantas, Remígio Costa, Delmiro Costa, Chico da Rua, Fernandinho, Domingos Gomes, Janota e Adriano, sendo suplentes João Ramos e Manuel Firmino.


        1.2.-SISTEMA DE JOGO ADOTADO PELA EQUIPA.
        O modelo de jogo adotado pela equipa não era preocupação fundamental do seu orientador e mesmo dos atletas. Os responsáveis pela orientação da equipa (tenho relutância em designá-los como treinadores porque apenas tinham sido praticantes e não possuíam qualquer formação específica), distribuíam aos jogadores posições na equipa de acordo com as suas caraterísticas e habilidade natural e da apetência que cada um manifestava e gostava de atuar.
       Até à chegada ao futebol português do treinador brasileiro Oto Glória que trouxe ao futebol luso o sistema de jogo em diagonal, o GDCP de Lanheses seguia o modelo tradicional criado por Cândido de Oliveira, isto é, três defesas, dois médios e cinco avançados, sendo que dois destes posicionavam-se à frente dos médios mais defensivos, à direita e à esquerda, sistema que foi consagrado em duas letras do abecedário: o famoso WM, seguido de modo geral em Portugal durante muitos anos. 
        A atribuição da posição na equipa baseava-se prioritariamente (como acima se refere) na habilidade inata do jogador e, algumas vezes, no perfil físico; alto e possante ou raçudo, isto é, estilo de bater a bola de “olhos fechados”, estava destinado a defender; se possuía técnica e “tratava bem” a bola e possuía boa visão de jogo de equipa, apetência pelo remate e velocidade de execução, tinha lugar nas posições atacantes. Havia, nesta fase, alguns jogadores de excelente qualidade em todas as posições. Não os nomeio apenas por respeito com quem, não sendo um artista no trato da bola, deu tudo o que podia e sabia pela honra de camisola que envergava.
       É certo que não raras vezes e segundo os interesses do momento, jogadores mais polivalentes eram chamados para desempenhar posições na equipa diversas daquelas que habitualmente ocupavam, podendo numa partida ser escalado para avançado centro e na seguinte para defesa central. Aconteceu comigo. A minha posição preferida foi sempre a de interior direito (médio ofensivo), com tendência para assistências e regulação do jogo interior da equipa.
      Sem prejuízo do desempenho na posição em que cada um jogava, nunca algum deixou a ser solidário na luta pelo melhor resultado sempre que as dificuldades e o valor do adversário a alma da equipa o exigia. Esta sempre foi a verdadeira arma daqueles que vestiam a camisola do GDCP de Lanheses.


Remígio Costa

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