sábado, 28 de março de 2020

CASA DO POVO DE LANHESES ESTÁ DE ANIVERSÁRIO.

        
                              O edifício da atual Casa do Povo de Lanheses


        A Casa do Povo de Lanheses está, hoje, de aniversário: 84 anos. À distância de quatro meses e um dia que eu terei de percorrer para completar a mesma idade. Velhinhos, ambos. É um facto, não dá para iludir o tempo nem a memória.

         Cruzámo-nos vezes sem conta nos caminhos paralelos por onde a vida vivida nos conduziu: no gabinete, desde a minha infância, do sempre guardado com saudade e gratidão na minha memória, o saudoso e extraordinário médico-família Senhor Doutor Manuel Roque Jorge Machado, na puberdade e na idade mais adulta na atividade de teatro (figurante e encenador) e no futebol (praticante, orientador e dirigente), na cena da interrupção em pleno palco de uma peça de teatro de um drama a decorrer (Os Condes de Alcoutim), das reuniões na cave no fim da atuação para comer uma bolacha Maria e degustar um cálice de vinho do Porto, e rir, e comentar, e conviver com os amigos, nas sessões cinematográficas de operador ambulante, interrompidas por quebra da fita ou corte da corrente elétrica, nos espetáculos das companhias dos cantores Alberto Ribeiro e Tomás de Barros Queirós, da apresentação, no palco, pelas moças que integraram o curso aprendizagem dos vestidos por elas costurados, dos múltiplos atos públicos e assembleias de debates e de votações, da noite passada a ouvir os interlúdios na televisão à espera de ver Neil Amstrong a colocar o primeiro pé do Homem na superfície lunar às 06:00h da madrugada, a redigir a ata na cave da criação do União Desportiva de Lanheses em 18 de Setembro de 1973, a ouvir as recomendações (e os raspanetes)do venerando presidente de quarenta anos de direção, sr. Francisco Dias de Carvalho.

         Oitenta e quatro anos! Um ápice! Um ai!Um suspiro leve mas profundo.
          
                        Cena da peça "Os vizinhos do rés do chão"

         Feliz futuro, companheira. Não te deixes abater, renova-te, cumpre o teu roteiro, mostra e faz (bem) o muito que sabes e podes oferecer. Será, sem dúvida, muito mais longo e nutrido o teu do que o meu caminho. Nem todos os companheiros da viagem chegam juntos ao fim na mesma caminhada. Bom, é ter participado nela.

         Pago a quota do e um algarismo que me atribuíram, 7. Dizem que é um número de sorte. Apenas isso posso (ainda) esperar.




Fotos: doLethes      
Remígio Costa.

             

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