OS VERSOS MEUS
Não duvido que quem as ler,
Pequenas e toscas,
atamancadas
Como socos de pau de amieiro escavados,
Palavras em verso
Por mim escritas à toa
sem pitada
de sal ou de fermento
Para, sem pejo, as dar a conhecer,
Lhe ocorrerá, pronto, um pensamento
Que mal maior não poderia acontecer
A quem tão despidamente apregoa
Estados de alma ou modos de ver.
Batem meus dedos os carateres do teclado
Que abrem na página do word em branco
O que o meu pensamento dita por sensato
Para não ferirem princípios e causar espanto;
São soltas, depois, sem maturar o tempo
Que a prudência requer e bem ensina,
Quase em tosco como veiga por lavrar
Expondo-as a que ao dobrar de breve esquina
Uma súbita asa de vento para longe as levar.
Os meus versos não esperam ressarcimento,
Panegíricos piedosos por mérito que não têm;
Satisfaz-me que sejam suficiente alimento
À vontade de ir mais longe e fazer sempre bem.
2014.12.13
Remígio Costa
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