quarta-feira, 1 de outubro de 2014

HOJE, FOI O DIA DE S. REMÍGIO.

            
                               Para conhecer o baterista é obrigatório ler o texto até ao fim.


      
            Para os católicos cristãos, dar aos filhos o nome de um santo venerado nos altares das Igrejas ligadas ao Vaticano foi, e em grande medida continua a ser, uma regra pacificamente aceita pelas famílias fiéis à doutrina emanada de Roma.

            Como também é sabido pelo menos entre os católicos praticantes, todos os santos venerados nos altares constam de um calendário elaborado e aprovado pela Autoridade romana, a qual pode ser alterada com novas santificações ou substituição de santos tidos por menos invocados pelos crentes. Não disponho  neste momento de meios para ser preciso, mas tenho em mente que a última alteração feita ao conjunto dos oragos com direito a visibilidade nas igrejas foi efetuada nos anos cinquenta do século passado.

             E, por má fortuna minha, foi S. Remígio um dos que foi riscado da pública exposição. Logo eu, isto é, o Santo que inspirou o meu nome. Não me perguntem porquê,pois não sei.a razão da despromoção, pois que, recuando um pouco até ao século V da era cristã, é possível confirmar que foi muito frutuosa  a ação do orago francês ao converter o rei pagão gaulês Clóvis e o seu exército de 3000 ateus.

                  O monumento a S. Remy, em Reims, na representação do batismo ao rei pagão Clóvis.


            Tive a grata oportunidade de estar em Reims, em França, (obrigado, Manu...) e de conhecer a grandiosa e magnífica catedral onde repousa S. Remy (é este o nome do bispo francês) num túmulo imponente e extremamente belo situado na cripta da igreja, hoje usada como paroquial já que é a de Notre Dame, localizada a pouca distância, a catedral oficial da cidade de Reims.

            A antiga catedral nasceu junto de uma capela onde se acolhia a imagem de S.Remy de que atualmente apenas resta um dos arcos que possuía de acordo com uma fotografia que tinha visto no livro de História quando estudei, e foi devidamente preservado, a qual tem eregida à sua frente a estátua de santo com a mão direita sobre a cabeça do rei convertido a representar o seu batismo. É um edifício de grande envergadura, talvez maior do que a própria catedral a que acima me refiro, com duas torres sineiras, na frontaria de traços gótico-barrocos, uma das quais destruída na Guerra Mundial de 39/45 e posteriormente reconstruída.



                  A imponente catedral da cidade francesa de Reims cujo patrono é S. Remy        

             Faço esta evocação por um motivo quase pessoal. É que o dia 1 de Outubro, além de ter sido o dia em que principiava o ano letivo em Portugal há anos atrás, era também o dia de S. Remígio, pouco conhecido na atualidade, é certo, o que além de outros inconvenientes menores me sujeita a que a toda a hora me inventem os nomes mais esquisitos que possam imaginar-se, e que me obrigue a ensinar a escrevê-lo corretamente em tudo que é repartição ou serviço, que sempre tenha que suportar a surpresa analfabeta de quem me aparece à frente e, repito nem sempre de boa cara duas, três, quatro, cinco ou mais vezes que o meu nome é Remígio, Remígio, senhor/a, Remígio, valha-me S. Remígio despromovido, e não o que me inventam onde me não reconheço, que seja obrigado a soletrá-lo tim tim por tintin, R-E-M-Í-G-I-O. coloque o acento agudo no I, s.f. favor, não sou Remigio, a corrigir a grafia dos que o escrevem como lhes pareceu ouvir, que tenha que puxar pelo bilhete de identidade e metê-lo debaixo dos narizes dos fulanos/as que parecem surdos/as e, quando a minha paciência está como um depósito de gasolina na reserva, tudo isto pela ninharia de ainda não ter existido um ator de novela como o Fagundes, um cantor como Remígio Tony Carreira ou Remígio Marco Paulo, um Remígio Maradona, um Remígio Messi ou Remígio Ronaldo,  um craque na raquete do ténis para o Miguel Sousa Tavares ir a a Wimbledown (é assim que se escreve em inglês?) e depois fazer crónicas seguidas com os encómios abundantes, um astronauta que aterrasse em Marte ou, má sorte a minha, não ter falhado na carreira como baterista que tentei experimentar (numa boda, para ser mais preciso e sério), como documento na fotografia.



      O mausoléu onde repousam os restos mortais de S. Remy localizado na nave principal de catedral de Reims.



                       Que S. Remígio não me corte a mim do rol dos seus protegidos que eu prometo assegurar que a sua aura de santo prestável e o seu santo nome Remígio jamais sejam olvidados e desacreditados nos seus milagrosos dons.              

                                                                           fim             

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