No Dragão, perdão, na Antas os sócios e adeptos dos azuis e brancos olharam para o "Soneca" com justificada precaução e desconfiança, pese a injustiça dessa antipatia, como se viria a provar com a conquista do primeiro pentacampeonato da história do clube, feito que lhe granjeou fama e o epíteto de "engenheiro do penta".
Ainda que vencedor, foi posto "à porta" como era dito antigamente quando alguma eficiente e cumpridora serviçal era despedida pela patroa mesmo que as suspeitas do interesse do cônjuge pelas qualidades exibidas pela empregada não passassem de injustificados ciúmes de mulher.
Por desgraça dele foi cumprir o sonho de treinar o seu clube do coração calculando mal a reacção dos milhões de frustrados lampiões, ao pretender que eles lhe perdoariam a afronta de ter sido campeão pelos "bárbaros" do Norte. Não tinha sido perdoado nem nunca o será. Só restava uma saída: emigrar.
Rumou à Grécia e em Atenas, cidade de glorioso passado histórico, a vida não foi de todo madrasta e a sorte voltou a sorrir-lhe, com direito à coroa de louros dos vencedores. A sua cotação como técnico de valor aumentou, mesmo que os troféus conquistados nos clubes por onde passou não tivessem repercussão mundial.
É, hoje, seleccionador nacional dos helénicos, não de um obscuro clube de uma das mil ilhas do país da Maratona e Esparta, cumprindo-se, mais uma vez, o aforismo português de que (FERNANDO) SANTOS da casa não fazem milagres.
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