domingo, 27 de junho de 2010

CAMINHADA PELO TRILHO ESPECTACULAR DO VALE DO VEZ E GLACIAR

Ainda não havia GPS, senão estariam lá 14,8 Km.
(Para aumentar, clicar)


                       A quinta e última caminhada do Ciclo de Caminhadas previstas pela Associação Humanitária e Cultural de Lanheses para 2010 decorreu, hoje, no Trilho do Vale do Glaciar e do Alto Vez, num cenário fantástico de Porta Cova (Arcos de Valdevez), tendo constituído um verdadeiro sucesso e muito apreço  por parte dos 21 caminheiros que nela participaram.
 O líder mata a sede, no cimo da serra.

        Eram 8H54m quando o grupo liderado pelo professor de educação física Miguel Rios, presidente da Associação, partiu para a aventura. Para trás, ficaram os encarregados da logística dr. Hugo Rios e Arlindo Sousa. Tinham a incumbência de recolher, num local previamente escolhido (Glaciar), localizado sensivelmente a meio do percurso, os elementos que não pretendessem concluir o itinerário completo. Foram apenas quatro (um homem e três senhoras), os que viriam a optar por entrar na carrinha.

          Requalificação do património cultural

          O grupo era heterogéneo no que se refere à idade e sexo, nele predominando a juventude e a componente feminina. Esta, com idades que oscilavam entre os dezasseis e os sessenta eram doze e, os homens, sete no total, o menos jovem está perto dos setenta e quatro.
           Aproveitando a brisa suave da manhã que descia do cimo da montanha onde o sol se levantava rompendo a neblina o grupo atacou, determinado, a íngreme subida inicial do trilho de largas lajes e pedras graníticas da encosta norte da serra, ao longo de mais de 1 km. Para trás iam ficando o imenso vale, com os seus socalcos sinuosos lavrados e os aglomerados de casas brancas de presépio na encosta com os seus telhados de telha vermelha a contrastar com o verde da paisagem.
       
Ainda nas "brandas"



                      Antes da "branda" (construções antigas para utilização sazonal dos lavradores) do Rio Covo ficaram as "Inverneiras" (casas de habitação do inverno). Das primeiras haveríamos de encontrar mais duas, a última das quais constituída por cerca de uma dúzia daquelas construções.
    É, ou não é, o retrato de um mariola? (o montinho que alinha com a árvore)

       Chegados ao Glaciar, onde as pedras emergiram dos gelos há milhões de anos, a vegetação rasteira substitui o gelo dos invernos. À volta, o amarelo perfumado da flor de pioto predomina e realça a pureza do ar que se respira. Ali perto, a dois quilómetros talvez, vindo da montanha a nascente um alto-falante transmite música religiosa. Decorria ali uma festa em honra da Senhora da Guia (informação obtida mais tarde), num capelinha à volta da qual se avistavam bastantes automóveis.
       O Vez, aqui ainda bebé, a brincar às cascatas.

          A partir daí retoma-se o trilho, já de regresso, com subida e planície, até à quota máxima de 1100 metros. O declive acentua-se com a aproximação do ponto de intercepção do itinerário da subida e o cuidado redobrado em encontrar o melhor local para colocar os pés prejudica a apreciação do espaço que a nossa vista alcança. À frente, continua o Carlos, atento aos "mariolas" (não garanto, mas quem deu este nome aos montinhos de pedras que se vão levantando ao longo do sinuoso percurso para garantir uma boa orientação deve ter pensado naqueles que, podendo, preferem os bancos dos jardins para "matar" o tempo...).  Mais duas brandas e cascatas de água foram ultrapassados e retoma-se a descida. Os músculos, doridos, começam a dar sinais do esforço mas resistem. Custa mais a descer do que a subir, comenta-se.
 Fico por aqui?

        Finalmente, o ponto de junção antes da descida final para mais um quilómetro duro de roer. Mentalmente, vai-se comparando o freio dos travões dos camiões nas descidas com o comportamento da massa muscular das pernas e a diferença reside apenas de estas não correrem o risco de pegar fogo. Sofre-se, nos derradeiros cem metros e os cinquenta finais são a subir! Ainda bem.
        Faltavam dez minutos para completar CINCO horas de caminhada. É de homem! (e de mulher, já agora...)
                                   
Aqui, o mariola é um penedo e a cabeça, de calhaus feita.



 O "Ferrari", da montanha, na garagem.
       
             Carrinhas de novo em marcha, agora rumo à sombra para o convívio final. Ataque ao farnel e instala-se um ambiente de amizade e camaradagem. Chegam outros familiares e o grupo cresceu. E há uma bebé, e um papá babado que até já faz planos para a levar na próxima caminhada...
  Se gostarem, para o ano há mais.


Lindo, não é?    
       
Publicam-se algumas das fotos que registam pontos impressionantes da paisagem inebriadora deste trilho, mesmo que nelas não possam caber todas as maravilhas naturais que se abrem aos olhos dos privilegiados participantes.
Jardins proibidos.


2 comentários:

  1. Olhando para estas imagens, fico arrependido de não ter estado mais atento, pois a data desta caminhada passou-me ao lado. Para os amantes da natureza (e da fotografia) teria sido a "cereja no cimo do bôlo". O trilho é deveras fantástico e as paisagens são o máximo.
    Agora só resta a esperança de "para o ano à mais".Isto se a A.H.C.L. repetir estas excelentes iniciativas.
    Gostei muito das suas fotografias Sr. Remigio!
    A.R.

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  2. Simplesmente... Fantástico!
    Custou mas valeu a pena! E para o ano tem que haver mais!

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