Viana do Castelo estava auto-excluído de integrar a Comunidade Intermunicipal do Minho-Lima (CIM), sendo o único município do País a contestar a lei da associação de municípios aprovada na Assembleia da República.
Como consequência desta ausência o nosso Concelho não estava em situação de poder beneficiar de fundos estruturais legalmente previstos uma vez que estes só poderiam ser disponibilizados através da CIM, para cumprimento dos objectivos por ela aprovados, de acordo com a lei já referida.
A razão do afastamento da participação do Município vianense resultava de uma interpretação unilateral da directiva legal, segundo a qual não estaria protegida a maior relevância do Concelho de Viana do Castelo relativamente aos restantes nove do distrito, por terem menor população.
Recorreu-se à consulta popular através da figura do referendo que haveria, embora por percentagem pouco representativa, de ratificar a posição da edilidade da foz do Lima e o impasse manteve-se. O então presidente do executivo ameaçava demitir-se do cargo, caso a votação viesse a ser favorável ao SIM.
Com as eleições autárquicas aconteceu a mudança do executivo camarário e, não obstante a cor do partido que as ganhou ser a mesma, o novo líder, ainda que ex-vice-presidente da gestão anterior e apoiante do NÃO, inverteu a agulha e o comboio mudou de linha.
Ontem, ao fim da tarde, José Maria Costa, o actual presidente da Câmara Municipal de Viana do Castelo, ratificou a adesão ao CIM. Os restantes parceiros da Comunidade, incluindo o seu presidente Rui Solheiro, congratularam-se com a ocupação da cadeira vaga da mesa dos demais presidentes concelhios do Alto Minho e todos ficaram felizes por poderem contar no seu seio com o concelho dissidente, sede do Distrito a que pertencem.
Muito tempo gasto, birras pessoais, humilhações, dinheiros públicos esbanjados, desprestígio político depois, o bom senso ganhou ao desvario da vaidade e do preconceito.
Às vezes, mudar é bom!
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