segunda-feira, 11 de janeiro de 2010

A 28 SEM PORTAGENS

            AS EXCEPÇÕES É QUE FAZEM AS REGRAS
        
            Ao fim de muito solicitado o Governo lá conseguiu arranjar tempo para receber uma delegação formada pelos presidentes de Câmara servidas pela A-28, no percurso entre o Porto e Caminha. A reunião tinha am vista confrontar o Governo na sua decisão de avançar com a introdução de portagens naquela via e demovê-lo de prosseguir em tal propósito.
             Sabe, quem alguma vez se serviu da estrada nacional 13 e viveu durante anos seguidos o inferno de completar um percurso de cerca de 70 quilómetros, de Viana do Castelo até ao Porto, que a possibilidade de regressar ao passado é, de todo, impossível. Se há vinte, trinta anos a sua utilização constituía um teste à paciência e capacidade de resistência de qualquer cidadão hoje, com os condicionalismos criados no seu traçado e aumento da intensidade do trâfego, o tempo gasto na sua utilização na sua maior distância é intolerável e irrealista tendo em consideração as exigências da vida actual.
             Mas, para além do argumento de não ser a nacional 13 alternativa irrecusável, como se conclui do exposto anteriormente, não pode ignorar-se a execução da lei prevista para o estabelecimento da portagem, a qual, na sua letra, explicita sem equívoco que a nossa região não reúne os pressupostos que justifiquem o pagamento. Isto porque não há alternativa a A-28, tem um rendimento per capita inferior à média nacional e regional  não podendo, neste parâmetro, ser incluída nas áreas do Grande Porto e das zonas de Vila do Conde e Póvoa de Varzim. Para além de tudo esta SCUT (via sem custo para o utilizador) está inserida na região mais pobre da Europa, ao contrário do que se verifica no Algarve cuja via do Infante fica isenta de taxa.
              Intransigente na sua decisão o Governo pretende ceder parcialmente, isentando o trânsito urbano de Vila do Conde e Póvoa de Varzim e aos utilizadores frequentes, onde caberiam, presumo, os que diariamente se deslocam para os seus trabalhos utilizando o percurso a portajar.
              Esta discriminação é peculiar das nossas leis e das decisões dos governantes: as regras são, deveriam ser simples e inequívocas, iguais para todos os portugueses mas, todos sabemos, há sempre uns mais iguais do que outros. Satisfazem-se as clientelas mais poderosas, primeiro e mais nutridamente, e dão-se uns restos do que sobra aos mais pacíficos e conformados. Sabem muito de sociologia os figurões!
              Mas não confiem os decisores que dividindo para reinar alcançarão os seus objectivos. A luta deve prosseguir e deve continuar na justiça, se necessário recorrendo para as instâncias internacionais. Há-de haver alguèm para forçar as autoridades governamentais a cumprir as obrigações de um autêntico estado de direito e se ponha do lado dos mais frágeis e carenciados e enfrente a prepotência e a ilegalidade do poder instalado, mesmo que ingenuamente eleitos.
  
            

Sem comentários:

Enviar um comentário

ESQUELETO DE REDODENDRO TEM FOLHAS SEM FLORES

                        O que resta do rododendro de que venho a dar anualmente notícias da sua progressiva degradação física, produziu aind...