segunda-feira, 24 de junho de 2013

O MOSTEIRO BENEDITINO DE SÃO ROMÃO DE NEIVA.

  
 A bonitaIgreja Beneditina de São Romão de Neiva com alguns traços de estilo barroco e, do lado direito, a ala norte do antigo Convento com claros sinais de ruína. A torre que deveria existir do lado direito nunca foi construída por falta de fundos.

              Escassa dezena de quilómetros a sul de Viana do Castelo e com o mar da Amorosa ali perto a emanar o cheiro a maresia por entre as encostas de pinheiros e eucaliptos batidas pelo sol do Oriente, na freguesia de São Romão de Neiva, situa-se o Mosteiro Beneditino de São Romão do Neiva, uma construção que poderá  ter sido reedificada a partir do séc. XI no mesmo local de um antigo cenóbio que ali teria existido.


Vista do Convento a partir do Monte do Crasto onde se situa e Ermida da Senhora do Crasto.
         

            A edificação actual, construída de raiz em substituição da anteriormente existente teve início em 1733 por iniciativa e a expensas de um membro da comunidade beneditina local, Frei Nuno da Cruz, um rico fidalgo descendente de S. Nuno Álvares Pereira, o qual ficou detentor único de uma fortuna considerável por herança de família, e que viria a aplicar na construção do templo em cumprimento de uma promessa. Após a sua morte e em cumprimento de uma decisão judicial proferida em acção interposta por parentes, uma vez que os irmãos de Frei Nuno da Cruz não deixaram descendentes, os benefícios cessaram e as obras da igreja e do convento tiveram que ser interrompidas quando se esgotaram de vez os materiais já pagos, ficando por concluir a abóbada e a torre sineira do lado sul. Por alturas de 1743 a 1746, ainda foram construídas algumas obras previstas como os arcos do coro, os púlpitos, a pia baptismal e o lavatório da ante-sacristia.


O magnífico retábulo da Capela-Mor, vindo do Convento de Tibães em carros de bois.


          O interior da  igreja veio a ser enriquecido com espólio do Convento de Tibães que passava por uma fase de renovação. Nesta conformidade, chegaram a São Romão de Neiva algumas peças de grande valor, como o retábulo do fundo da capela-mor e os dois retábulos laterais. Para transportar estes exemplares de arte sacra foram utilizados vinte e cinco carros de bois que percorreram a distância de cerca de cinquenta quilómetros entre Tibães e Neiva em dois dias. Posteriormente, de Tibães chegaram a São Romão do Neiva outras obras de arte, destacando-se três imagens em tamanho natural esculpidas em madeira por Frei Cipriano da Cruz, representando S. Gregório Magno e S. Bernardo e a Visitação da Virgem a sua prima Santa Isabel, onde elas aparecem abraçadas, sendo por isso conhecidas na aldeia por "As Senhor.as Abraçadas"


Retábulo lateral sul "As Senhoras Abraçadas"

 
Retábulo lateral norte "Nossa Senhora do Rosário"


        Altar-Mor da Ermida da Senhora do Crasto.

           O Mosteiro situa-se no sopé do Monte do Crastro, ao cimo do qual existe uma pequena Ermida votada à Senhora do Crasto, onde é possível aceder através de uma escadaria em granito a partir do Mosteiro, ou, em automóvel sem dificuldade por caminho de terra batida de pouco mais de uma centena de metros, tomando o ramal que sobe a encosta a partir da estrada em asfalto que passa ao lado do Convento e do Campo Desportivo. Lá chegados, deparámos com um magnífico parque de lazer e divertimento, com todas as condições para fruir dos dons da natureza na sua plenitude, entre pinheiros e o cheiro dos eucaliptos e o alongar da vista pelas terras de Neiva. Terá no local existido em tempos um castro onde se fixaram os habitantes que deram origem à localidade. À volta da Ermida cuja fundação se estima ter sido por volta do séc. XVI, e onde os frades beneditinos que a mandaram edificar rezavam as vésperas e contemplavam o pôr-do-sol no Atlântico, agora um pouco mais ampla depois de 1935 e por ter sido restaurada em 2008, foi construído um parque de merendas com vários espaços cobertos com mesas e bancos, um anfiteatro em granito para eventos e respectivo palco, parque de diversão, mesas e bancos em pedra, cozinha apetrechada com forno a lenha e assador, serviços de talheres e banca de lavagem de louça, instalações sanitárias,  luz eléctrica e a simpatia do responsável do local, o padre Moreno. E muito, muito ar puro, sombra e sol ao gosto de cada um.

 Nas imagens seguintes mostram-se as edificações do Parque do Monte do Crasto.






           Em Viana, no Alto-Minho, ninguém diga que não há neste rincão do Portugal quase desconhecido, mar, rios, verde e História suficientes para oferecer a quem tiver vontade de nos vir conhecer.

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Texto baseado em visita própria guiada ao local e em folheto editado pela direcção do Mosteiro. Fotos do autor do blogue.

       

     

       

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