sábado, 12 de dezembro de 2009

O LARGO DA SEARA - MUSEU A CÉU ABERTO



SEARA: respeitar o valor das nossas raízes
            Há muitas boas razões para nos levar ao Largo da Seara. Se for num fim de semana e ali quisermos almoçar ou jantar e saborear uns grelhados na brasa da suculenta e macia carne da região, ou um tenro cabrito assado no forno, dificilmente encontraremos melhor cozinha do que a do restaurante  A Fornalha, num ambiente muito próximo da intimidade familiar típico do nosso alto-minho.
            Porém, o que mais interessa relevar neste renovado espaço público da freguesia são as recentes novidades ali criadas e lhe vieram conferir características da identidade próprias das tradições e costumes da nossa terra.
            À semelhança de obras levadas a cabo noutros largos, alguns já aqui tratados antes, o piso obedece, naturalmente, às exigências da preservação do cariz regional desta parte do Minho, o qual não dispensa o granito nas calçadas e muros. A novidade reside no objectivo de lhe atribuir a qualidade de espécie de museu ao ar livre onde se revejam aspectos típicos das actividades de Lanheses, mais representativas da indústria e lavoura a que os nossos antepassados se dedicavam.


Algumas peças dos antigos moinhos de água
                No centro do espaço, onde renasce o tronco de uma velha oliveira, algumas peças em granito características dos moinhos movidos a água, perpetuam a memória do que foi o moínho do Reiro, há muitos anos desaparecido, redescoberto em consequência dos trabalhos de alargamento do Parque Empresarial.

               
                                                
             Num dos passeios laterais, um carro de bois com caniças, rodas e eixo de madeira, uma mesa de oleiro e um arado, identificam as actividades industriais e agrícolas. Junto ao lavadouro público, uma parte de um estanca-rios, completa o ciclo da água que se almejou ali reconstituir.


                         Foi mantida a traça original do lavadouro público (um dos poucos actualmente utilizados na freguesia, senão o único) há alguns anos ali existente, o qual, apesar das alterações havidas nos hábitos das populações é ainda hoje bastante utilizado, como se constata na fotografia acima onde se vê roupa a secar no arame Para além da sua utilidade prática, especialmente para quem a ele não pode deixar de se socorrer, o local era conhecido como verdadeira central de divulgação de notícias, confidências e, não raro, fogueira de conflitos quando alguém tinha conhecimento de que ali fora a sua vida íntima dissecada e caía "nas bocas do mundo", ou se engendravam ardilosas intrigas para fins inconfessos e obscuros.
                         Duas placas, idênticas a outras distribuídas por diferentes locais de Lanheses, inseridas no roteiro do Ecomuseu este ano criado pela Junta de Freguesia, dão indicações sucintas mas essenciais sobre a história das peças ali expostas.

        O calcetamento em cubos prolonga-se até à saída de acesso à estrada nacional 202, junto à casa que pertenceu a Carlos Silva, cuja via permite, agora, o trânsito automóvel. O caminho que leva à veiga pela antiga ponte romana, em vias de ser recuperada dado o lastimável estado em que actualmente se encontra, irá ser objecto de requalificação idêntica ao anterior, com benefício para os moradores que, entretanto, construíram aí as suas moradias.

Sem comentários:

Enviar um comentário

ROMARIA DE NOSSA SENHORA DA ENCARNAÇÃO, EM VILA MOU, VIANA DO CASTELO

                   A Romaria de Nossa Senhora da Encarnação é uma antiga celebração católica que decorre na freguesia de Vila Mou, do concel...