sexta-feira, 13 de agosto de 2010

COM O FOGO, QUEM MAIS ARDE É O POVO.

    
  • Incêndio
Um terramoto é um fenómeno cuja eclosão é, ainda hoje, praticamente impossível de prever apesar do avanço científico a que chegou a humanidade. De acordo com o grau de intensidade e local onde se verificarem, as suas consequências podem ser devastadoras para as pessoas e bens, atingindo muitas vezes, proporções de catástrofes medonhas e irreparáveis.

          Pelo que se sabe da experiência colhida no passado em cataclismos ocorridos um pouco por todo o mundo, nenhum país está suficientemente pronto para dar resposta satisfatória aos problemas a que as populações ficam expostas quando confrontadas com as consequências destas hecatombes, ao nível da protecção civil: as respostas não são suficientemente rápidas, a coordenação do comando não funciona e os meios revelam-se escassos e, algumas vezes, inoperantes. Concluindo: se a causa não pode ser eliminada muito poderia ser feito para minimizar os seus efeitos.

          Com os incêndios passa-se precisamente o contrário. Conhece-se a época e os pontos sensíveis onde ocorrem, as suas causas, os seus efeitos, o modo de os combater, os custos e, provavelmente, até as medidas a tomar que pudessem fazer baixar o seu número ou, em determinados locais, evitar totalmente que eles aconteçam.

          Então, por que, não melhora, antes parece agravar-se, o problema dos incêndios no nosso país? Bem, poderão ser invocadas muitas e todos nós as ouvimos neste momento, nas reportagens que enchem todos os telejornais e noticiários radiofónicos e fazem capas dos jornais. A fazer fé nos dados oficiais, divulgados em conferências de imprensa pelos principais responsáveis pelos organismos que superintendem nesta área, TUDO está a ser feito para responder às inúmeras  emergências que eclodem por todo o país. Mas não é assim.

          Pela realidade que constatamos presencialmente, por esporádicas e rápidas declarações colhidas no cenário dantesco dos incêndios e pelo desespero iniludível dos atingidos que se nos depara numa ou noutra imagem fortuita das reportagens televisivas, a ficção não resiste, também aqui, à verdade do real.

          Face à falta de resposta em tempo útil, às falhas de organização e coordenação dos meios existentes e insuficiente número de unidades de combate, a origem e responsabilidade do fracasso está a montante e nunca a juzante da planificação.

          Só aos bombeiros portugueses, que pagam com a própria vida a sua entrega ao ideal de VIDA POR VIDA, são devidos o respeito e gratidão de todos nós.

          Há fogos todos os anos e desde sempre. Não podem ser resolvidos apenas na época em que mais acontecem, mesmo que se interrompam férias para formular pungentes votos de solidariedade para com as vítimas abandonadas à sua sorte ou apregoar que "tudo está a ser feito",  para, vindo o Outono, dar o protagonismo aos brilhantes tribunos da Assembleia da República e esperar pelo próximo verão para ver de novo Portugal a arder.

          Há que tomar opções. Avaliar se o interesse de comprar submarinos, instalar redes de TGV, abrir novas auto-estradas e pontes ou aeroportos, organizar campeonatos do mundo de futebol ou jogos olímpicos se sobrepõe à preservação do ambiente e ao cumprimento do que determina a Constituição sobre os direitos consagrados ao POVO PORTUGUÊS.

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