É uma viagem ao passado. Uma figura que não se apaga da memória (ainda) viva do tempo vivido.
O AMOLADOR que passava na estrada com a oficina do ofício montada numa bicicleta a soltar um sílvo de um instrumento bocal audível à distância seguido do slogan "amolam-se tesouras e navalhas"., "conserto panelas e tigelas".
Parava porta a porta, preparava os instrumentos e a roda de esmeril movida com os pés para afiar facas e navalhas e preparava os agrafes e a massa de colagem para soldar pratos e malgas. Satisfeito o freguês, montava a "oficina" e voltava à prática do silvo e do slogan seguindo pausadamente à procura de novo serviço.
Deparei com um amolador na Vila de Ponte de Lima seguindo um grupo de turistas espanhóis no Passeio 25 de abril. Surpreendido e curioso, quase tudo correspondia aos resquícios da memória da figura do passado: bicicleta oficina, o instrumento bocal, a roda de afiar, como meios essenciais, mas, inequivocamente, substancialmente diferentes na modernidade das máquinas e na imagem e estilo do amolador.
Pudera! Quem ficou no passado, mumificou. Quem se atualizou, rejuvenesceu.
"Afio tesouras e navalhas" "conserto panelas e tigelas"
Hoje, como ontem, no slogan.
Foto e texto: Remígio Costa
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