Ai, que calor, meu senhor!
Sinto que vou derreter;
Diga-me já, por favor,
Como hei de arrefecer.
Deixa-te lá de protestos
Não paras de reclamar;
Teus luxos são manifestos:
É pagar e não bufar!
Vira a janela para norte
Se não vives bem aqui
pois com um pouco de sorte
Talvez nem pagues IMI.
Deixa o Lima, sobe ao monte,
Leva este conselho a sério,
ou dorme sob uma ponte
ou perto do cemitério!
Dormirás dias a fio
livre e despreocupado
Sem pensar no senhorio
ou nos impostos do estado.
"...É talvez a ventania:
mas há pouco, há poucochinho,
nem uma agulha bulia
na quieta melancolia
dos pinheiros do caminho…"
Augusto Gil
Fotos: doLethes
Remígio Costa
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