quinta-feira, 11 de agosto de 2016

O DIA DA LILIANE DO VALE E DO BRUNO FILIPE.

           




           Liliane do Vale e Bruno Filipe uniram-se na terça feira dia dez de agosto pelo casamento católico. A cerimónia decorreu na igreja de Vila Mou, onde os pais da noiva têm o seu domicílio se bem que toda a família tenha feito em França o seu maior trajeto de vida. Sobrinha minha por afinidade porque filha de Casimiro, irmão da minha mulher, fez questão de ter "o seu dia" na terra das suas raízes. Para contentamento do clã. 

           Depois, estava a tarde no auge, noivos e convidados rumaram à localidade vizinha de Fontão, atravessando em ruidosa caravana automóvel  a terra da naturalidade do progenitor, onde estava marcada a festa da boda. Serviço livre como é usual com mesas dispostas sob frondosas árvores a atenuar a elevada temperatura ambiente, com um vento intruso a trazer do norte o hálito recusado das fogueiras da desgraça. Seguiram-se os momentos dos inevitáveis registos das "fotos de família" (os fotógrafos controlam do início ao fim a cadência dos eventos) para, mais tarde, agora no grande vasto e climatizado salão da casa e em ambiente de agradável proximidade, a boda atingir o ponto alto com o serviço do jantar e momentos musicais a cargo de um vocalista com acompanhamento instrumental, a convidar à animação e a  divertidos momentos de dança. Com o novo dia a aproximar-se a cerimónia prosseguiu junto ao pequeno lago da quinta com uma breve sessão de fogo de artifício, a que se seguiu a repartição do bolo de noiva e aos brindes habituais. Depois..., chegou para mim a hora de regressar "a penates" para o reclamado descanso.

         
           Nesta descrição embora sintetizada pretende-se dar uma imagem tanto quanto possível aproximada da realidade atual no que respeita ao padrão comum da maioria destas cerimónias matrimoniais. Se quisermos antiguar recordações e evocar os casamentos mais comuns "pela igreja" em meados do século passado, facilmente constataremos as distâncias que separam as duas realidades, ainda que o compromisso assumido junto ao altar permaneça imutável. Senão, repare-se: os noivos deslocavam-se a pé até à igreja com a comitiva dos próprios convidados, percorrendo consoante os casos, não curtas distâncias. Após as cerimónias religiosas nupciais e assinados na sacristia os "papéis" obrigatórios , o percurso inverso até ao local da boda era feito a pé até à casa dos pais da nubente. No percurso, alguém tinha uma mesa preparada e duas cadeiras, onde a noiva mostrava uma aptidão para bordar ou cozer e o esposo executava um ligeiro trabalho relacionado com a sua arte ou ofício, como utilizar uma tesoura de poda num ramo de videira ou usar a caneta para escrever uma curta frase num papel. Os convidados, sendo numerosos e não podendo ser alojados dentro de casa, eram recebidos em tenda improvisada onde era servido o jantar da boda. Para confecionar a comida era apalavrada cozinheira experimentada e ajudantes da sua confiança, quase sempre familiares e amigas da noiva, para servir à mesa. Quase tudo que constituía a ementa era de produção própria: um bezerro reservado para o efeito se a casa tivesse lavoura, presunto, chouriços, aves de capoeira, vinho de colheita própria, hortaliças, batatas, frutas e doces para a sobremesa, arroz doce e creme queimado. Como prato forte, invariavelmente, o "cozido à portuguesa".

         A descrição é abreviada mas retrata a realidade da época de um casamento comum.

         Qualquer semelhança com a realidade do presente é mera coincidência. Compare-se:
         


A PRETO E BRANCO:
 











 A CORES:

































































































































 

 
Fotos:doLethes
Remígio Costa     

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