A consistência dos trabalhos levados a cabo na margem direita do rio Lima no sítio da Passagem, em Lanheses (Viana do Castelo) foi severamente testada pela duração e intensidade da corrente que ocorreu no período da chuva, este ano anormalmente maior do que nos tempos mais recentes, constatando-se que as estruturas implantadas não suportaram totalmente o impacto do caudal numa extensão aproximada de trezentos metros, a montante da ponte. Para obviar à situação foram entretanto realizadas obras de restauro das faxinas deterioradas e reforçadas as estruturas mais danificadas, numa tentativa de repor integralmente o projeto inicial da contenção da erosão que se acentuava na margem de modo quase irreversível.
Como é sabido, o plano foi aprovado com base numa experiência inédita do engenheiro Pedro Teiga, a qual privilegia o recurso ao conhecimento empírico dos antigos lavradores, proprietários de terrenos confinantes com cursos de água, os quais recorriam a processos naturais para conter o avanço das águas para além das margens que excluíam a utilização de estruturas feitas com ferro e cimento. Nesta obra, Pedro Teiga, apenas incluiu blocos de granito na construção de esporões e fez implantar estruturas recorrendo à plantação de árvores, amieiros e salgueiros, intervalando as balaustradas levantadas com toros verdes daquelas espécies com espaços onde foram colocadas faxinas feitas à base de vergas de ramos verdes. A avaliação final quanto ao sucesso ou não desta experiência inovadora, que se obtivesse sucesso deverá vir a ser modelo para outros locais do país, só terminará dentro de um período de três a cinco anos quando as árvores e as plantas tiveram alcançado um grau de crescimento mais considerável e se forme uma rede mais compacta de raízes.
Depois deste esporão, para jusante, a estrutura cedeu.
Tal como se encontra, o espaço reúne condições bastantes para uso de desfrute e de lazer, para a atividade da pesca à linha e banhos no rio e de sol utilizando duas pequenas entradas em areia branca, ou, para descansar à sombra da copa das árvores que existem e estão a crescer ao longo do espaço tratado. Espera-se que área venha a ser dotada com alguns equipamentos úteis para os visitantes, designadamente assador fixo e água canalizada (e mais recipientes para depositar o lixo).
Com a chegada da época onde cada vez mais se recorre aos espaços naturais para fruir de bom ar, tranquilidade e praticar manutenção física ou simplesmente estar à sombra afastado de ruídos incómodos e da poluição, tendo sido crescente o número de escolas e de famílias que optam pelo Parque Verde e espaços envolventes de Lanheses. Esta procura justificaria a criação de uma BAR ou mesmo restaurante permanente de iniciativa particular e, necessariamente, instalações sanitárias definitivas para proporcionar as condições de utilização plena e agradável. Para já regista-se com satisfação a preocupação de manter toda a área do Parque Verde impecavelmente limpa e asseada o que não poderá deixar agradado quem a procura, sobretudo nos fins de semana e outros dias de descanso.
A partir daqui houve que recompor os estragos.
Enseada para aceder ao rio resistiu às correntes fortes
E aqui também.
A maior recomposição principia agora.
Vista mais abrangente
A ALAMEDA A FECHAR-SE, ABRE ESPAÇO PARA A SOMBRA.
CAIS DAS BARQUINHAS DE PESCA
VISTA GERAL DO PARQUE VERDE
VERDURA E FRESCURA (e limpeza...)
PROMONTÓRIO DA SERRA D'ARGA (Capela antiga)
FOTOS: doLETHES
Remígio Costa
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