O MANJERICO VERDINHO NA NOITE DE SANTOANTONINHO
Pedirei a Santo António
Um manjerico verdinho;
E se não houver incómodo
Canada e meia de vinho.
O manjerico deleita,
Com cheiro e formosura,
Mas o que está na receita
É para encher a mula.
Cinco sardinhas da brasa
E meia broa de milho;
Bom tinto à canecada
Ai, Jesus, que nem vos digo!
Vem a segunda remessa,
Dobra o vinho na caneca,
E antes que arrefeça
Venha lá outra depressa.
O manjerico não cheira,
No prato só espinhas há,
Não sai tinto na torneira
Vou ali mas volto já.
Cruzei com Santo António
A uma curta distância,
Com uma criança ao colo
Exalante de fragrância.
Ia a caminho das marchas
Da celebração alfacinha
Noite de junho na Baixa
Santo António sempre alinha.
E assim dou fim à festa
Do manjerico verdinho,
E ainda não foi desta
Que o perdi no caminho.
Remígio Costa
Junho, 12.
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