sexta-feira, 29 de abril de 2022

AS ALMINHAS VÃO VOLTAR?

      

 

          Lanheses, Lugar do Campelo (Casa particular com frente para estrada pública.

      São uma criação exclusiva do povo português, os oratórios das alminhas que se encontram ao longo das estradas e caminhos rurais, nos cruzamentos de vias de circulação pedestre, junto a portais de moradias ou nas próprias fachadas e nas imediações de igrejas ou templos católicos, junto dos quais os moradores e passantes oravam (e ainda rezam) pela salvação das almas do purgatório e faziam as suas ofertas para sufragar os seus familiares mortos. Muito populares no decorrer do séc. XIX, as alminhas perderam em parte o merecimento que lhes era concedido de que resultou a progressiva degradação e o natural abandono de elevado número dos característicos oráculos. Contudo, por iniciativa privada ou comunitária, muitas delas têm vindo a ser cuidadas por particulares ao longo do tempo ou mesmo recuperadas pelas autarquias sendo cada vez maior o número das que se veem recuperadas junto às bermas das estradas. 

       No trajeto entre Lanheses e Viana do Castelo pela estrada 202, ressaltam à vista quatro alminhas bem cuidadas e uma que atualmente, claramente, não está em virtude da cuidadora ter falecido sem descendência a habitar na casa onde vivia. Depois há, sucessivamente, em Vila Mou, na Torre, em Serreleis e em Santa Marta de Portuzelo. 

      Em tempos, fiz em Lanheses um périplo pela freguesia com vista a identificar as alminhas existentes em estado de boa ou razoável conservação e tratamento, (v.g. posts sobre o tema aqui no doLethes); encontrei seis, todas em habitações privadas, sendo que apenas duas apresentavam sinais recentes de serem cuidadas. 

             Vila Mou (restaurada) berma de estrada pública

                                      Torre (casa particular)

 

                                                          Serreleis (via pública)

                        Santa Marta de Portuzelo (via pública)

 

Remígio Costa


   

   

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