Começa a dar nas vistas quando o inverno está a chegar ao fim. Não será totalmente descabido considerar que a mimosa acácia é a arauta da primavera, ao cobrir-se de flores amarelas antes que a maioria das árvores nem as primeiras folhas brotaram nos ramos.
Pessoalmente, gosto da flor como da palavra que a identifica: mimosa. E das copas amarelas das árvores que emergem das demais pelas encostas dos montes, nas margens dos rios (a raiz segura a erosão) ou avulsas no correr das estradas e veredas.
Não sinto que seja invasora, clandestina na flora autóctone da floresta portuguesa, nem sequer excessiva e rejeitada se o fosse, porque a natureza não reconhece fronteiras senão as que o clima e o solo demarcam. E sempre poderia ser controlada e limitada ao espaço onde mais e melhor conviesse. E aceita.
Em tempos não demasiado distantes foi motivo de atração turística popular, atraindo a Viana do Castelo uma multidão de visitas, principalmente nos fim de semana e na melhor fase da floração. Pela sinuosa estrada que leva à Basílica do Sagrado Coração, no Monte de Santa Luzia, milhares de automóveis ocupavam os cinco quilómetros da subida onde a mimosa era abundante e viçosa, acessível, donde regressavam à cidade ornados com ramos da flor amarela como enfeite. E o monte, visto à distância, era (ainda) mais alegre e lindo.
(Re)Viva, então, a simpática invasora mimosa. Por mim, seja bem-vinda, e por mais alguns anos.
Fotos: doLethes
Remígio Costa
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