sábado, 24 de maio de 2014

FESTEJAR SANTO ANTÃO É MANTER A TRADIÇÃO.



  Está marcada para os dias 30 e 31 de Maio e 01 de Junho a tradicional festa de Santo Antão que se realiza no lugar com o mesmo nome, nesta freguesia, desde tempos já muito antigos. Esta celebração realiza-se de acordo com o calendário católico quarenta dias após a Páscoa e, como a maioria das festas religiosas que ocorrem nesta localidade (como noutras no nosso país) comporta uma componente religiosa e outra profana.

  Tendo tido uma certa relevância até meados do século passado, a festa em honra de Santo Antão Abade perdeu a sua principal característica que tinha como objecto a invocação dos poderes do orago para livrar os animais de males maiores ou menores, sobretudo os domésticos úteis aos lavradores. Para isso, eram especialmente preparados pelos seus donos, escovados e lavados e enfeitados com ramos verdes, flores e laços multicolores e levados em procissão até ao outeiro onde se situa a capelinha de Santo Antão. Aí, permaneciam pelo tempo que levava a celebração da missa da festa e assistiam ao sermão a cargo de orador sacro que lhes era dirigido através da invocação dos poderes de Santo Antão. Eram dezenas de animais de espécies variadas, juntas de bois de grandes hastes luzidias pelo azeite que lhe untavam os donos, conduzidos por moças vestidas em traje regional de festa, vindos de todos os lugares da freguesia e de outras vizinhas.

 Com a alteração do calendário eclesiástico e a supressão dos dias santos dedicados a alguns oragos, deixou de poder ser comemorado o dia de Santo Antão à uma quinta-feira onde sempre cai o prazo dos quarenta dias decorridos após a ocorrência da Páscoa, passando para o domingo imediatamente a seguir. O programa, contudo, prevê o início da componente religiosa logo na quinta-feira com a celebração de uma missa solene em honra do Santo na respectiva capela.

No recinto realizar-se-ão actividades de divertimento musical nas noites de sexta e sábado, com a participação de conjuntos populares.

Uma variante desta festividade muito requerida por inúmeros apreciadores é o cabrito "à Tia Nina", uma especialidade que atrai à tasquinha improvisada perto da capelinha uma nutrida brigada de combate especializada em limpar de carne os ossos de cabrito capaz de desfazer numa tarde um rebanho inteiro dos infortunados sacrificados com que se faz o pitéu. Isto a partir das 17:00h de sábado, porque, quem apreciar, pode passar por lá pelas 18:00 de sexta e "entrar" no sarapatel que "puxa" (sem cordel) pela sede que apenas um carrascão verde tinto a pode acalmar.

           



  

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