quarta-feira, 27 de outubro de 2010

NÃO SE ENTENDERAM.

 
  
          Eu não entendo e acho que o país também não entendeu. Uma vez frente a frente à mesa para preparar uma base de acordo quanto às melhores opções a seguir no Orçamento do Estado, que contribuísse para atenuar os malefícios da dureza das medidas anunciadas na vida dos portugueses, os partidos que representam mais de 70% dos eleitores, sendo que um está no governo e outro na oposição, não lograram chegar ao consenso que se impunha como inevitável e útil para o combate à crise que vivemos e terminaram com as negociações.

          Esta rotura inoportuna, quiçá dramática, perante o quadro catastrófico que nos anunciam unanimemente (haja Deus, que nalguma coisa haveriam de estar de acordo), tanto proeminentes figuras que passaram pela governação como os omniscientes catedráticos da economia que subscrevem brilhantes teses em jornais ou as debitam nos ecrãs da televisão em horário nobre, ou nos palcos de mediáticos foruns perante as elítes convidadas e muito empolgadas,  não favorece mas deteriora a imagem degradada que o povo tem da política e, muito mais, dos políticos. E, a propósito dos iluminados e muito louvados doutores de finanças que por aí ostentam o resultado dos seus méritos em sinecuras insultuosas, não é correcto dizer-se que sabem tanto de economia como qualquer vulgar cidadão: sabem muito muito mais, é certo, mas usam tal saber para gerir os seus próprios interesses e explorar a ingenuidade dos que estão sempre dispostos a acreditar que são eles próprios os culpados da crise e não quem é mandatado para governar.

          É previsível uma violenta conturbação política nos próximos tempos provocada pelo malogro das negociações cujos reflexos, dizem, incidirão no agravamento das condições impostas pelos meios financeiros internacionais para nos autorizarem os financiamentos vitais para continuarmos como país soberano e livre. Não é difícil prever a qualquer cidadão comum que esta crise, cuja origem radica, tão e só, na  incompetência e irresponsabilidade dos governantes vai verter, como sempre aconteceu e acontecerá, nos mais frágeis e indefesos.

         

         

1 comentário:

  1. Eu entendo muito bem o porquê deste não entendimento! Esta atitude é prova cabal que estes senhores submetem o país ao serviço dos grupos partidários onde se inserem e todo o clientelísmo que arrastam com eles. Ao invés de se pôrem (como é no mínimo obrigação moral e ética) ao serviço do país! Portugal, a meu ver, precisa mais que nunca de verdadeiros estadistas (onde andarão eles, o último, para o bem e para o mal, que conheci faleceu no longínquo ano de 1970...)...não esta rapaziada miuda que nos governa há já 36 anos! A democracia em Portugal, está moribunda...

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