(23)FIGURAS E FACTOS DA HISTÓRIA DO
FUTEBOL LANHESENSE
1.-EXTINÇÃO DO GDCP E DO FUTEBOL CORPORATIVO, EM LANHESES.
1.1.-ÚLTIMA CONVOCATÓRIA
Em 10 de novembro de 1973
foi remetida à Delegação da F.N.A.T., aquela que terá sido a última relação dos
jogadores inscritos pelo Grupo Desportivo da Casa do Povo de Lanheses (GDCPL),
com vista à inscrição da equipa no campeonato corporativo distrital de Viana do
Castelo, da qual não há registo que confirme a participação na prova. Dela
fazem parte os seguintes elementos: António José Pinto de Castro Agra, Artur
Alves do Vale, Francisco Franco da Silva, Francisco Franco de Sousa, José
Alberto Lima Rebouço. José Agra Gomes Júnior, Luís Francisco Agra Gomes, Manuel
José de Sousa Pereira, Remígio Manuel Silva da Costa, Rogério Dantas Rio e
Rogério Pimenta Agra.
Os apontamentos coligidos
por Rogério Dantas Rio que serviram para a descrição dos factos e figuras dos
episódios relatados, terminam com a frase “Não
existem mais referências à atividade do Grupo Desportivo da Casa do Povo de
Lanheses nos arquivos desta”. (sic)
FUNDAÇÃO DO
UNIÃO DESPORTIVA DE LANHESES (UDL)
Em 18 de setembro de 1973, é fundado o
União Desportiva de Lanheses (UDL).
Tendo sido
criada a Associação de Futebol de Viana do Castelo (AFVC), o jornalista
vianense Afonso do Paço, um dos seus promotores, com quem eu mantinha
relacionamento de contactos sociais e de colaboração informativa com o Jornal
de Notícias (JN) de que ele era delgado em Viana do Castelo, abordou-me no
sentido de organizar em Lanheses um clube para integrar a novel Associação
distrital. Por falta de disponibilidade de tempo livre e porque entendia ser
improvável constituir um clube federado numa freguesia com escassez de meios
materiais e humanos, sugeri-lhe que apenas conhecia uma pessoa capaz de liderar
a iniciativa e concretizá-la com sucesso: ROGÉRIO
PIMENTA AGRA. Afonso de Paço aproveitou a “deixa” tendo conseguido
entusiasmar o dinâmico e influente empresário Lanhesense, o qual, obtendo a
colaboração de alguns entusiastas e companheiros no desporto local, e
particularmente do amigo JOSÉ ANTÓNIO
FERNANDES, que se havia fixado na freguesia vindo de Angola e do Congo
belga onde desenvolvera e mantinha atividade consular e relações comerciais,
logrou constituir o processo da fundação do primeiro clube federado da
freguesia de Lanheses.
O CAMPO DE JOGOS DOS CUTARELOS
Após a
fundação do Clube seguiu-se a remodelação e a subsequente melhoria das
instalações do campo de jogos dos Cutarelos, a que tinha sido dado o nome
desadequado e infeliz de “Estádio 15 de
agosto”, tendo-se procedido à regularização e nivelação do piso, ao
levantamento de muros de vedação do espaço envolvente, à construção de
balneários submersos no topo sul e de uma bancada coberta no lado ocidental.
O terreno
ocupado era (inicialmente) constituído por três propriedades rústicas
pertencendo, uma situada no topo norte, à Casa do Povo por compra a António do
Souto; outra pequena parcela situada no lado nascente pertencente a Francisco
Alves de Sousa passou para a posse do Clube por ação (e pagamento?) do
presidente António José Fernandes; a terceira, cerca de 70% da área total do
espaço, pertencia à família de José Maria Alves Afonso de Araújo e à sua mulher
Rosália Franco de Castro, cedida em regime de aluguer. Depois de algumas
décadas de uso sem cumprimento do pagamento da renda fixada, foi, por ação do
presidente do Clube José Pereira, obtida uma conciliação pacífica firmada em
2012, com a família dos Araújos, a qual, acordou a cedência da propriedade sem
encargos ao União Desportiva, sendo-lhe atribuída em homenagem de
reconhecimento e gratidão a qualidade de “sócios
beneméritos”, perpetuada numa placa colocada à entrada do estádio.
Na frontaria do Estádio está também
colocada uma placa cujo conteúdo redigi, respeitante ao primeiro presidente e
sócio de mérito do União Desportiva de Lanheses, numa homenagem da direção, dedicada a JOSÉ ANTÓNIO FERNANDES, “dinâmico obreiro e grande amigo de Lanheses”.
NOTA DO AUTOR: Doravante, as
descrições aqui feitas serão baseadas exclusivamente no meu conhecimento direto
dos factos e em testemunhos e entrevistas que vierem a ser colhidos entre personagens diretamente ligadas
aos assuntos abordados.
(Continua)
Remígio Costa
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