A Capelina de Santo Antão
Não me foi concedida a oportunidade de conhecer em pormenor o programa da festa em honra de Santo Antão para o poder divulgar, especialmente, à diáspora lanhesense dispersa pelos mais afastados recantos do mundo, que procura neste blogue notícias da terra onde nasceu; mas, fiel aos princípios com que administro este espaço não deixarei de reportar aqui e no semanário vianense "A Aurora do Lima", que há muitos anos represento na minha terra, aquilo que diretamente me for proporcionado saber e o tema justificar.
Tenho para com o lugar de Santo Antão laços de uma afetividade estreita e justificada, porquanto, foi o meu berço de nascimento e onde vivi os primeiros meses da minha existência; desde a infância que guardo memórias das festas que lá decorreram, designadamente, de estar em cima de uma cerejeira próxima a regalar-me de cerejas (diria embarrigar-me pois na realidade comer muitas faz a barriga inchar) ao som da música gravada dos autofalantes.
Estrada da Corredoura
Como referi no post anterior a festinha perdeu quase tudo do que era o seu casticismo tradicional, dado que a celebração em honra do orago Santo Antão, tinha como protagonistas privilegiados os animais domésticos, particularmente, aqueles que os lavradores usavam como auxiliares imprescindíveis nos trabalhos duros do campo, principalmente os da raça bovina. Contudo, para expressamente serem abençoados no decorrer da missa campal, com sermão condizente com o ato, que decorria no recinto da capelinha, todos os demais que pertenciam à família eram levados até ao recinto para lhes ser ministrada a benção adequada.
Acesso à capelinha, lado N
Registe-se que esta festividade mantém (e mesmo recuperou) todo o caráter e ritual da liturgia católica própria da comemoração do Dia da Ascensão, destacando-se a Hora que decorre na Igreja Paroquial, no domingo, e uma bem participada procissão num percurso de cerca de um quilómetro onde se cumprem sete estações cerimoniais em locais onde se levantam igual número de cruzes na berma da estrada.
O recinto feito num relevo abaulado donde se alcança uma vista alargada sobre o vale do Lima e Serra d'Arga, bem como parte da freguesia de Lanheses, está bem tratado desde há já alguns anos, tem bancos de pedra sob frondosas árvores e espaço bastante para acolher um bom número de participantes.
Rota do cabrito e do sarapatel (após curva)
A festa tem uma faceta gastronómica muito grata a apreciadores porque tem a fama (e o proveito) de servir o famoso cabrito preparado "à moda da Tia Nina", senhora vizinha do recinto que o preparava aí pelos anos cinquenta, diria, neste época, à moda de Lanheses, porque a diferença nunca estará na qualidade, a qual é excelente nos restaurantes locais, mas porque é cozinhado e degustado num ambiente extremamente rústico e original refeito ad hoc, onde ainda é possível saborear um surpreendente sarapatel, de véspera, uma especiaria de por a boca a salivar antes de se sentir o gosto ao mastigar; e com verde carrascão, servido em malgas de barro, em respeito à boa tradição do povo minhoto é...de morte!
É aqui, onde as fotografias mostram, ainda hoje, sábado e domingo. O tempo está pronto para colaborar.
Santo Antão vos proteja, também. Ámen.
Vista para S
Vista para N
Fotos: doLethes
Remígio Costa
sexta-feira, 31 de maio de 2019
quarta-feira, 29 de maio de 2019
Concerto de homenagem ao músico e compositor Alberto António Gomes | 31 de maio, 21h30, Teatro Municipal Sá de Miranda
Concerto de homenagem ao músico e compositor Alberto António Gomes | 31 de maio, 21h30, Teatro Municipal Sá de Miranda
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segunda-feira, 27 de maio de 2019
CEGONHAS-BRANCAS PROCRIAM EM LANHESES (Viana do Castelo) HÁ DEZ ANOS CONSECUTIVOS.
Há uma dezena de anos que um casal de cegonhas-brancas escolheu Lanheses para habitat. Antes se instalar na chaminé do edifício construído de raiz para ser a Casa do Povo, agora convertido em minicentro comercial, o casal testou sem sucesso diferentes locais na área do centro urbano da freguesia, chegando a juntar pequenos ramos secos em postes da rede elétrica, mas sem sucesso. Contudo, desafiando a inconstância das naturais alterações atmosféricas e a estreiteza da tampa em cimento da chaminé conseguiram, depois de terem superado algumas dificuldades iniciais para a fixação dos primeiros ramos arrastados pelo vento, viriam a construir ali uma incrível armação de paus entrelaçados e de fenos, onde se mantiveram e procriaram durante oito anos.
Tendo sido desalojado por força dos inconvenientes causados à imperiosa obrigatoriedade da higiene pública do espaço inferior ao ninho, o casal Dona Lala e Sr. Lima, como passou a ser conhecido, tendo falhado várias investidas para manter a ocupação do lugar primitivo desistiu, optando por se mudar para uma palmeira seca num logradouro particular a curta distância do ponto anterior, onde permanece e criou mais duas gerações de filhotes.
Um par de jovens cegonhas-brancas aparentemente preparadas para dar inicio aos primeiros ensaios de voo avistam-se agora dentro do ninho, sob a vigilância atenta de um dos progenitores.
Brevemente, rumarão ao sul.
Fotos: doLethes
Remígio Costa
TAÇA SEM CHAMPANHE
Antevia-se uma missão com elevado grau de dificuldade, mas abundava vontade e imensa determinação para a cumprir com glória. Jogava-se a presença na final e a possibilidade da conquista da Taça da AF Viana do Castelo, e o UD Lanheses a jogar no seu espaço de conforto estava preparado para enfrentar sem complexos ou medos inibitórios o novel campeão distrital da 1.ª divisão na presente época, o GD de Cerveira, rival conhecido de todos os tempos.
No palco das operações, o UD lanheses não falhou na alma imensa posta na vontade de derrubar o antagonista forte e moralizado, nem na execução fiel da estratégia ensaiada para anular as armas letais de que o antagonista dispunha. Foi grande e valente o UDL, forçou o adversário a utilizar todo o potencial de que dispõe, e que lhe valeu o título, e por mais vezes esteve por cima do prélio vindo no entanto a cair já no decurso do segundo período da refrega em apenas um golpe fatal.
Taça houve, mas vazia (tristemente) do espirituoso e festivo champanhe.
Assim:
Meias-Finais
2019/05/26 | Ponte da Barca | 2-1 | ADC Correlhã | ||||
UD Lanheses | 0-1 | Cerveira |
Foto: doLethes
Remígio Costa
sábado, 25 de maio de 2019
UD LANHESES EM ELEIÇÃO DOS CORPOS GERENTES PARA O BIÉNIO 2019/20 E 20/21
Está marcada para o dia 26 de maio corrente, uma assembleia geral extraordinária a decorrer pelas 16:30 horas na sede do União Desportiva de Lanheses (UDL), à rua do Estádio nº 1, uma reunião extraordinária cujo único ponto da Ordem de Trabalhos é a eleição dos Corpos Gerentes para o biénio 2019/20 e 2020/21.
sexta-feira, 24 de maio de 2019
TAÇA HÁ. TRAGAM CHAMPANHE.
quarta-feira, 22 de maio de 2019
A PRIMEIRA FESTA DO ANO EM LANHESES É EM HONRA DO ORAGO DOS ANIMAIS DOMÉSTICOS
Nos dois últimos dias do mês de maio em curso e nos dois primeiros de junho seguinte, vai decorrer em Lanheses, Viana do Castelo, a festa em honra do orago dos animais domésticos, Santo Antão Abade, abrindo-se deste modo o ciclo anual das comemorações festivas da freguesia do seu acervo tradicional.
Aquela manifestação de sentido vincadamente religioso cristão que contém uma componente profana comum à maioria das celebrações festivas que visam homenagear figuras santificadas da Igreja católica, tem raízes que transportam de um passado longínquo a invocação dos poderes do patrono dos seres domésticos úteis aos donos, Santo Antão, rogando graça que os proteja contra males e doenças nefastos.
Filho de pais humildes fiéis à doutrina do cristianismo ainda em evolução , Antão nasceu no Egito no início da segunda metade do século III d.C.. Tendo ficado órfão quando tinha apenas vinte anos, tocado pela evocação de um ensinamento bíblico que o impressionou,e tendo-se entregado alguns anos à lavoura, decidiu alienar os bens da herança recebida, e após o casamento da sua única irmã, isolou-se no deserto onde deu início a uma vida de contemplação e oração. Outros seguiram a sua vocação e exemplo e foram viver com ele, formando-se uma comunidade de orientação monástica que se expandiu através da sua influência e santidade.
Santo Antão Abade mora numa capelinha modesta erguida no Lugar que tem o seu nome na freguesia de Lanheses, num pequeno outeiro com vista de 360º graus. É ali que decorre (decorria...) a concentração dos animais domésticos para a benção especial após a chegada da solene procissão vinda da Igreja paroquial, com a audição de sermão a salientar a vida e obra do orago, bem como o fim do preito que lhe era dedicado.
Até há algumas décadas atrás, a celebração da festa coincidia com a quinta-feira da Ascensão, "dia da espiga" noutras latitudes, que ocorria quarenta dias após a data da Páscoa. Era dia santificado, e os cristãos católicos abstinham-se, sobretudo, dos trabalhos de campo. Quando se alterou aquela prerrogativa, o evento passou para o domingo seguinte mantendo-se até hoje.
A transformação que a vida das comunidades rurais sofreu a partir dos meados do século passado, teve como consequência maior o fim da atividade agrícola tradicional e o desinteresse pela criação da raça bovina que em Lanheses desapareceu; sucedeu-se um período em que se criaram vacarias com animais para a produção de leite, estando todas praticamente extintas.
Sem animais, a evocação festiva de Santo Antão não faz sentido ainda que possa haver quem, fiel ao orago e à tradição, lá compareça levando dois ou três exemplares caprinos, um ou dois equinos, um ou outro animal de estimação. Pouco, quase nada, comparado com dezenas ou centenas que lá se congregavam vindos de todos os lugares da freguesia, e de outras limítrofes, nos tempos doutrora. Em romaria, lavados, escovados, nutridos, luzidios de chifres e com cangas ornadas com ramos verdes e flores, levados à soga pela moça vestida à minhota ao som de animada concertina e coros bem timbrados, conferiam à manifestação o caráter distinto da sua promoção e o sentido transcendente subjacente à sua efetiva decorrência.
Ah! Festa sempre haverá enquanto cabritos morrerem para belo sarapatel manjar!
Fotos de arquivo: doLethes
Remígio Costa
Aquela manifestação de sentido vincadamente religioso cristão que contém uma componente profana comum à maioria das celebrações festivas que visam homenagear figuras santificadas da Igreja católica, tem raízes que transportam de um passado longínquo a invocação dos poderes do patrono dos seres domésticos úteis aos donos, Santo Antão, rogando graça que os proteja contra males e doenças nefastos.
Filho de pais humildes fiéis à doutrina do cristianismo ainda em evolução , Antão nasceu no Egito no início da segunda metade do século III d.C.. Tendo ficado órfão quando tinha apenas vinte anos, tocado pela evocação de um ensinamento bíblico que o impressionou,e tendo-se entregado alguns anos à lavoura, decidiu alienar os bens da herança recebida, e após o casamento da sua única irmã, isolou-se no deserto onde deu início a uma vida de contemplação e oração. Outros seguiram a sua vocação e exemplo e foram viver com ele, formando-se uma comunidade de orientação monástica que se expandiu através da sua influência e santidade.
Santo Antão Abade mora numa capelinha modesta erguida no Lugar que tem o seu nome na freguesia de Lanheses, num pequeno outeiro com vista de 360º graus. É ali que decorre (decorria...) a concentração dos animais domésticos para a benção especial após a chegada da solene procissão vinda da Igreja paroquial, com a audição de sermão a salientar a vida e obra do orago, bem como o fim do preito que lhe era dedicado.
Até há algumas décadas atrás, a celebração da festa coincidia com a quinta-feira da Ascensão, "dia da espiga" noutras latitudes, que ocorria quarenta dias após a data da Páscoa. Era dia santificado, e os cristãos católicos abstinham-se, sobretudo, dos trabalhos de campo. Quando se alterou aquela prerrogativa, o evento passou para o domingo seguinte mantendo-se até hoje.
A transformação que a vida das comunidades rurais sofreu a partir dos meados do século passado, teve como consequência maior o fim da atividade agrícola tradicional e o desinteresse pela criação da raça bovina que em Lanheses desapareceu; sucedeu-se um período em que se criaram vacarias com animais para a produção de leite, estando todas praticamente extintas.
Sem animais, a evocação festiva de Santo Antão não faz sentido ainda que possa haver quem, fiel ao orago e à tradição, lá compareça levando dois ou três exemplares caprinos, um ou dois equinos, um ou outro animal de estimação. Pouco, quase nada, comparado com dezenas ou centenas que lá se congregavam vindos de todos os lugares da freguesia, e de outras limítrofes, nos tempos doutrora. Em romaria, lavados, escovados, nutridos, luzidios de chifres e com cangas ornadas com ramos verdes e flores, levados à soga pela moça vestida à minhota ao som de animada concertina e coros bem timbrados, conferiam à manifestação o caráter distinto da sua promoção e o sentido transcendente subjacente à sua efetiva decorrência.
Ah! Festa sempre haverá enquanto cabritos morrerem para belo sarapatel manjar!
Fotos de arquivo: doLethes
Remígio Costa
terça-feira, 21 de maio de 2019
COMPLETAR CEM ANOS DE VIDA MERECE FESTEJO.
Está a aumentar o nível médio de vida das pessoas, e consequentemente, são cada vez mais os que completam, e por vezes ultrapassam, a alta fasquia dos cem anos de idade. É o caso da anciã da comunidade lanhesense dona CELESTE DE SÁ TEIXEIRA, com residência familiar no Lugar do Seixô, em Lanheses, que no dia 20 do corrente mês de maio corrente festejou no seio da maioria dos seus mais próximos descendentes, um século de vida!
Dona Celeste, que é viúva há muitos anos, gerou e criou seis filhos com maioria feminina de quatro para dois do sexo oposto, sendo que a descendência efetiva é completada até agora com catorze netos e doze bisnetos, os quais, maioritariamente, nasceram e residem em França, donde os seus respetivos progenitores se deslocaram expressamente para homenagear presencialmente a matriarca da família.
A efeméride concitou os sentimentos mais profundamente arreigados nos membros da numerosa família dispersa pelo país e no estrangeiro, levando-os a interromper temporariamente o exercício da atividade corrente própria, para festejar em ambiente de comunhão uma data marcante para a família.
Parabéns "à menina Celeste" com votos de que possa manter por mais um ano força e vontade para celebrar mais outro bonito aniversário.
Fotos: doLethes
Remígio Costa
segunda-feira, 20 de maio de 2019
Comemorações do Dia Internacional da Biodiversidade - 22 de Maio
Comemorações do Dia Internacional da Biodiversidade - 22 de Maio
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VIANA FLORIDA - Festa Flower Power a 25 de Maio na Praça da Erva
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DESPORTO AMADOR REGIONAl - AFVC - Campeonato distrital da 1.ª divisão - última jornada - resultados e classificação final.
JORNADA 30 (última)
JORNADA 30
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Nota: retificado o resultado do UD Lanheses-GD Monção | |||||||
Classificação
Campeonato
Classificação
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Nota: Esta tabela substitui a que aqui havia sido divulgada, uma vez que a anterior continha erro quanto à posição final do UD Lanheses na tabela classificativa. Fica reparada a discrepância com nova publicação retificada, de cuja anomalia o gestor deste blogue não é responsável . | |||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||
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