quarta-feira, 25 de setembro de 2013

OS VELHOS E A TESOURA DO PEDRO.


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CORTAR NOS VELHOS para POUPAR OS AMIGOS COELHOS                             

                               (sem humor a vida perde sabor)


Longe de mim o propósito de vir aqui lamentar o modo como estão a ser tratados pelo governo os  reformados e pensionistas velhos, especialmente desde que a administração da “coisa pública” está à mercê de Pedro Passos Coelho. O orgulho que sentimos pelo trabalho que prestámos ao Estado ao longo do exercício das funções que desempenhamos com  profissionalismo, lealdade e estrita observância dos deveres e direitos legais e mutuamente acordadas e aceites, é por demais sentido para que nos façam soçobrar perante a insensibilidade e a indiferença, mesmo desprezo,  de que vem sendo vítima pelos poderes instalados o cidadão idoso pensionista de mais baixos recursos.

 

Sendo uma característica congénita dos administradores sem carisma, fracos, impreparados e submissos retraírem-se e acobardarem-se nas decisões que deveriam tomar em relação a interesses externos, identificáveis ou ocultos para a maioria dos cidadãos, são sempre os mais desprotegidos, debilitados física e economicamente, aqueles quem mais suporta os golpes do poder do “forte contra os fracos e fracos contra os fortes”.

 

A realidade seria bem diferente se os dois milhões de cidadãos portugueses velhos que estão a ser esbulhados ab aeterno nas suas tenças, adquiridas pelo trabalho de uma vida e que confiaram na LEI  e na  boa-fé dos seus executores para as manterem até ao último dos seus dias de vida na terra, tomassem consciência da enorme importância que eles representam na sociedade que tende a marginalizá-los, ostracizando-os, negando-lhes a prioridade de consideração que merecem, antes os tendo por  inúteis e sanguessugas das gerações vindouras.

Algum  resistente pensionistas que tenha vindo da função pública pela graça de deus ao fim de trinta e seis anos de descontos obrigatórios para a Caixa-Geral de Aposentações (CGA) com mais de seiscentos euros por mês, Passos Coelho tem-no por rico, considerando  não ter já  o empecilho necessidades que justifiquem um rendimento mensal superior a 20% do que ele aufere como membro do governo, dando de barato que fiquem de fora outras prebendas e mordomias e não tem pejo algum em  sacar aos pobres parar tranquilizar os administradores dos bancos e dos investidores sem rosto.  Fazendo tábua rasa da Constituição da República  e mandando às urtigas as juras da campanha eleitoral que o sentou à mesa do orçamento, nada o perturba usar a lei  como se fosse papel higiénico para ir “rapar” a penúria do pré-indigente desvalido a caminho da tumba o que lhe dá na gana com a  mesma  avidez com que o guloso lambe o sarro do tacho com o resto do arroz doce.

- Não tenho outro caminho, afirma, sem mexer um musculo da face que denuncie uma réstia  de sensibilidade e vergonha pelo estupro que comete.

Os velhos são um fardo que urge aliviar, cogitou ele ou alguém que lho recomende, porque a sua existência põe em causa a “sustentabilidade” das actuais pensões e compromete irremediavelmente as das gerações futuras se  eles ousarem prolongar a sua estadia na terra por uns ruinosos anos mais.

Será verdade. Se é, então, acabe-se com as pensões de uma vez por todas e preparem-se para viver num país onde os velhos são quem mais medicamentos consomem, com a respectiva indústria farmacêutica a ir rapidamente à falência se eles deixassem de os comprar. Não existissem velhos e, hospitais, centros de saúde, equipamentos cirúrgicos e médicos, enfermeiros, pessoal auxiliar, serviços de ambulâncias, agências funerárias, analistas, oculistas , argálias, fraldas, viagra, radiologistas, cirurgiões, funcionários e tudo o que envolve esta formidável fonte criadora de rendimento seria drasticamente reduzida. Provavelmente nem de Ministério precisariam…

E, depois, quem restaria para ver as tardes da Júlia na TV, as telenovelas de manhã até de madrugada , levar a cadela ao jardim, os netos ao infantário? Quantas pessoas iriam em excursões a Fátima, comprariam a cera dos crematórios, peregrinariam para orar à santinha de Balazar, visitariam o bruxo de Fafe, passeariam nos cruzeiros do Douro, iriam  à Romaria d’Agonia, aos encontros dos amigos que combateram na II Grande Guerra,  à missa diária, à comunhão ao domingo, à festa das flores em Campo Maior, a S. Bento da Porta Aberta, aos banhos de sol no Algarve e do vento na praia norte, à festa do alvarinho a Melgaço, à do fumeiro em Trás-os-Montes, às estâncias termais e ao endireita? E ver o Quim Barreiros?  E a natinha na pastelaria, o cálice de vinho do porto p’ra sossega, o cigarrito depois do almoço? Quem pagaria o IMI do albergue herdado e a requerer obras de restauração e contribuiria para a colecta da nova ambulância dos bombeiros voluntários da Picha?  Quem melhor  garantiria a fidelidade  do voto naquele partido que oferece chapéus e esferográficas tão giros? Quem?

 

 

 Não esqueçam que estou apenas a referir-me aos velhos, velhos reformados e pensionistas ricos com mais de seiscentos euros mensais e muito abaixo do rendimento que aufere o executor Coelho.

 

 

Há, para além daqueles que se incluem na descrição do parágrafo anterior, outros mais avançados em idade que não se enquadram na categoria de velhos-velhos porque, ou foram administradores bancários, de empresas públicas ou accionistas do BPN, presidente de câmara com muitas bairros edificados, presidente de fundações, responsáveis pelas ppp, membros de famílias relevantes, etc. etc., (e tal…), tendo em conta que estes jamais envelhecem porque, coitados, enriquecem, enriquecem até ao fim das suas  (boas) vidas.

 

 

 


Por tudo isto, senhor Ministro, não se acanhe, corte, corte, a torto, ou melhor, a direito para que o fim dos velhos SE APRESSE. Mas, tome cautela, não vá o fio da tesoura ficar tão rombo que estrague o único instrumento de trabalho que O PEDRO sabe manejar na perfeição.

 



Remígio Costa

Fotos Internet




1 comentário:

  1. E revoltante,facam mais casas para velhos, e gastem milhoes!Gastem em parques
    verdes e amarelos,comao
    e dancem,e deixem os velhos em casa e nao protestem
    e se revoltem,vao as urnas no dia 29 e votem no PSD,porque tudo correm ao sabor
    de nos os miseraveis. Parabens Sr.Remigio e vamos esperar pelo dia 29.

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