sexta-feira, 19 de novembro de 2010

CIMEIRA DA NATO: PORQUÊ EM PORTUGAL?


         De mão estendida.


         Não penso que Portugal por estar na situação que está, se deva fechar ao mundo e se exima às  obrigações e ao incumprimento de tratados que haja celebrado no âmbito das organizações a que aderiu.

          Desconheço se as Cimeiras que decorrem neste momento em Lisboa, designadamente a Cimeira da N:A.T.O., organização a que pertencemos e somos responsáveis pelo Comando sediado em Oeiras, é uma imposição dos seus regulamentos ou uma aceitação de proposta por parte do Governo português para que ela aqui se realizasse.

          Um acontecimento com uma grandeza que envolve a participação de sessenta chefes de estado, entre eles os homens que detêm nas suas mãos o poder de dominar o Mundo, que se fazem acompanhar de dezenas de altas figuras das nações envolvidas e equipas especiais para se encarregarem da logística de cada uma delas, representam um encargo que atinge valores na ordem de muitos milhares de euros. Quem vai pagar a factura?

         Como vem sendo noticiado nos media há vários dias a esta parte o Governo português mobilizou quase todos os recursos de que dispõe, quer em efectivos quer em material apropriado, para levar a todo o País, nas fronteiras e no espaço aéreo e marítimo e, especialmente, à Grande Lisboa, uma operação de segurança de dimensões gigantescas, jamais vista em território luso.

         A imposição de medidas restritivas à livre circulação em grande parte de Lisboa buliu de forma negativa com a actividade dos cidadãos, do comércio e dos serviços públicos, impedidos que estão de aceder aos locais onde habitualmente circulam no desempenho da actividade a que se dedicam.

         Dir-se-à, e eu não discordo, que esta é uma oportunidade rara de dar a conhecer Portugal lá fora, pela divulgação que resulta das reportagens enviadas pelas centenas de correspondentes estrangeiros que fazem a cobertura do evento de que resultará um retorno em divisas que, posteriormente, os turistas hão-de deixar no País.

         Porém, talvez por falta de esclarecimento ou enviesamento de raciocínio da minha parte, ou porque acredito demais naquilo que leio e ouço, alertando-nos que o nosso País está à beira da bancarrota, a ter de pagar juros elevadíssimos para obter financiamento para as despesas correntes, prestes a ser excluído do euro (quiçá da própria UE), taxa de desemprego alucinante, a economia a afundar-se no pântano, sem pescas, sem agricultura e já quase sem alma, o que menos se estaria à espera era de ver o defunto a pagar o seu próprio funeral.

         Porquê em Portugal? Talvez deficite de soberania...sei lá.

3 comentários:

  1. Meu caro :

    Desta vez (pela 1ª vez) as despesas das comitivas serão totalmente suportadas pelos países respectivos .

    Face às oportunidades que surgirão ( com a realização da Cimeira em Lisboa ) acredito que Portugal terá retorno do investimento feito .

    Um abraço

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  2. Azul Dragão:
    Muito grato, pela informação. Não faço um acompanhamento exaustivo da cimeira (como milhões de outros portugueses) e ignoro se o assunto foi tratado pelos media e aos quais não tive acesso. Não sei por que esse assunto não foi suficientemente divulgado de modo a inteirar os portugueses de que não teriam de suportar todos os encargos, mas apenas na parte que cabe a Portugal, que, apesar de tudo, não devem ser assim tão pequenos.

    Um abraço e bom fim de semana.

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  3. €€€€€€€€€€€€€€€€€€€€€€€€€€€€€€€€€
    E se pensarem nos milhões de pessoas em todo o mundo que vão ver na abertura de todos os noticiários o nome de Lisboa e de Portugal! (pena não estarem uns dias de sol!)
    Quanto custava uma campanha publicitária com o mesmo impacto?
    €€€€€€€€€€€€€€€€€€€€€€€€€€€€€€€€€€

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