Um exemplar de cegonha-branca passou na última semana de janeiro num voo horizontal rasante sobre o casario do Lugar da Agra, em direção ao oriente. Ontem, ao findar da manhã, a planar em círculos abertos durante alguns minutos o Largo Capitão Gaspar de Castro, outro, desapareceu depois por cima do arvoredo do jardim da Casa d'Almada (TH); hoje, há bem pouco tempo, pousava no cimo do tronco que resta de uma palmeira um par daquelas aves não sendo arriscado afirmar ser o mesmo que ali procriou no ano anterior, depois de ter sido desalojado do ninho levantado no cimo da chaminé do edifício da antiga casa o povo onde habitaram desde 2010, criando depois sucessivas gerações de filhotes em quantidade que ultrapassa as duas dúzias de filhotes.
Porque efetivamente é de crer tratar-se de Dona Lala e do Sr Lima, o casal pioneiro na exploração e escolha de Lanheses como habitat, e, muito provavelmente, os progenitores dos casais que agora proliferam e procriam nas localidades vizinhas, nomeadamente em Vila Mou e Fontão, dada a (presumível) escassez de locais onde gostariam de instalar-se os correspondentes domicílios no local da origem.
São as andorinhas consideradas as tradicionais anunciadoras da primavera mas são as cegonhas-brancas que antecipam a boa nova, numa concorrência consentânea com as transformações naturais (ou não) derivadas dos fenómenos que vêm a flagelar o nosso planeta.
Remígio Costa
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