quinta-feira, 12 de novembro de 2009

O "MEU" LARGO DAS CARVALHEIRAS



          A toponímia recentemente aprovada pela autarquia atribuiu, ao espaço existente na Corredoura, uma designação correspondente ao lugar onde se situa, seguindo uma lógica coerente com os critérios usados em idênticos espaços existentes noutros pontos da freguesia, com excepção do Largo de São João, na Forcada, e do Largo Capitão Gaspar de Castro (sem Benemérito), ou Largo da Feira, na tradição popular.
          O local da Corredoura foi requalificado preservando-se a existência da maior parte das oliveiras que ali existem há muito tempo, uma bica de água sai por uma fonte em pedra de traço simples mas elegante, um dispositivo submerso para o lixo doméstico não confere qualquer agressividade com o granito dos arranjos dos passeios e os edifícios envolventes, os quais, antigos mas bem cuidados, dão ao largo uma sobriedade muito atraente e simpática.

Quem ali nasceu, ou morou, e fez daquele pequeno espaço o palco das sua primeiras emoções, das suas primeiras alegrias e tristezas, onde fez os amigos e muitas histórias que ainda hoje são vividas e, em conversas com os protagonistas que as construíram, vão sendo recordadas em encontros ocasionais, sempre chamou o local como CARVALHEIRAS. Esta foi a designação que os seus pais lhes transmitiram que, por sua vez, a haviam recebido dos seus progenitores. E, estamos a falar de moradores que, hoje, têm já mais de setenta anos e viram os seus ascendentes e respectivos avós, denominar o local daquela maneira.



        
       É, pois, baseada na tradição testemunhada ao longo de quatro gerações, pelo menos, que se mantém para alguns de nós a certeza de que, antes das oliveiras, terão existido no local alguns carvalhos, justificando-se, deste modo, a designação de lugar das Carvalheiras.

                     Não se conhece a fundamentação que levou os responsáveis pela proposta da toponímia actual a optarem por tal designação. Os alvitres que verbalmente chegaram ao conhecimento dos responsáveis através de personagens credíveis, quer pela idade quer pelo conhecimento directo do assunto, não obtiveram valimento e a tradição, que prevaleceu para outros casos não foi, neste, respeitada. Custa a acreditar que, para a escolha da designação actual, apenas tivesse sido ouvido um número restrito de pessoas que, ou por ali morarem há relativamente pouco tempo ou por menos interessadas se tivessem pronunciado ao arrepio da tradição.

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