OS TOLINHOS
-Olá, viva, ó Felizardo, venho dar-te parabéns.
-P’ra mim!? Então, por quê, ó, Despachado?
-Fizeste anos, ouvi dizer.
-Como assim? Anos nem sei fazer,
Nem irei aprender, podes crer.
Os que tenho, o Tempo os fez
Um a um de cada vez;
Outros mais haverei ou não de ter
É o que tenho e devo dizer.
-Então, o Tempo faz os anos,
Hora à hora, dia a dia,
Umas vezes sopra mais
Noutras vão com a epidemia.
-Tal e qual, ó Despachado,
P’ra mim é Tempo ido.
Já não ando apressado
Quando acabar, logo te digo.
Enquanto for Felizardo,
Anos mais irei viver,
Mesmo que a algum javardo
Tal possa aborrecer.
Remígio Costa
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