Suspensa na sua matriz tradicional desde há dois anos por força do cumprimento das determinações governamentais relativas à pandemia do Covid-19, a Comissão das festas em honra do Senhor do Cruzeiro e das Necessidades, que decorrem anualmente em Lanheses no quarto domingo do mês de julho , divulgou esta semana que a celebração do ano em curso irá decorrer nos moldes das celebrações passadas, onde prevalece a matriz profundamente religiosa de adoração ao Senhor do Cruzeiro e das Necessidades. Como as demais romarias do Alto-Minho estas manifestações festivas comportam habitualmente uma componente popular representada por concertos musicais de bandas de música clássicas e por conjuntos pop, desfile de mordomas, leilões de ofertas e fogo de artifício.
A população lanhesense em geral nutre especial expetativa e profundo interesse pela celebração em honra do Senhor do Cruzeiro e das Necessidades, designadamente pela histórica e imponente Procissão, o número mais relevante do programa, a qual cumpre atualmente um extenso percurso que inclui a passagem pelo centro cívico da freguesia, o Largo Capitão Gaspar de Castro, sendo que na sua já longa tradição consta a passagem do séquito pelas veigas da margem do rio Lima em períodos de seca extrema invocando os poderes divinos para que terminasse a falta de chuva necessária à rega dos milheirais. Recorde-se que nos dois últimos anos a Procissão decorreu excecionalmente pelos lugares da freguesia, sendo os andores -do Senhor do Cruzeiro e das Necessidades e de Nossa Senhora de Fátima- transportados em duas viaturas de caixa-aberta.
A parte profana do programa cumpre-se no amplo adro da freguesia onde se situa a Capela do Senhor do Cruzeiro e das Necessidades, um templo com uma singular fachada figurativa ao estilo barroco-rococo, de rara beleza e intensamente representativa de figuras bíblicas.
Remígio Costa
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