terça-feira, 22 de janeiro de 2019

A ARARA

   


     É uma espécie que prolifera na Natureza em alguns países da América do Sul, mais frequentemente, sendo uma ave emblemática da variada e rica avifauna do Brasil, podendo ter características e nomes diferentes; a que aqui vou fazer referência está classificada no grupo das arara-canindé mas tem pelo menos outras cinco designações do grupo Ara de que faz parte.

    Parece um procedimento despropositado trazer à ribalta uma espécie de ave estranha ao ambiente, exótica nas cores das suas penas (a lembrar a da própria bandeira da nação brasileira) e invulgar no tamanho, mas especialmente pelo kkkkaaa... rouco, forte e inabitual que emite e chama a atenção de quem o ouve. Vive em semicativeiro, mas, já em estado adiantado de ambientação aparece esporadicamente pousada na varanda da moradia do dono ou a sobrevoar os telhados do centro urbano. Ciranda de um para outro local sob a escolta de um bando de pombas mansas ou de pardais curiosos, solta os agrestes decibéis guturais a denunciar a presença ou a marcar território, quem sabe, e se o Tone Rocha, o proprietário, a chama -anda, anda, vem- obedece e pousa no seu ombro ao chamamento. 


      Não se dá com gaivotas, nem estas com ela. Se, por acaso, se encontram há briga pela certa. Uma vez, pelo menos, a arara ficou sem as penas longas do rabo. Já recuperou.

     Tudo acontece em dias de sol como os que vivemos nas semanas antecedentes; com o regresso do exercício invernoso da estação, da arara nem os berros se ouvem; recolhe-se e encolhe-se, infeliz. Mal cuida das penas. Ah! Brasil, meu Brasil brasileiro, do samba e do pandeiro, do Carnaval e de Copacabana, Pão de Açúcar, Ipanema, Elis Regina, Gal Costa, Maria Betânia, Caetano e Jobin, Roberto Carlos, Adriana Calcanhoto, é no que poderá estar a remoer na capoeira das galinhas a desconsolada, e tristemente só, a bela arara-canindé!

     É.

 
Fotos: doLethes
Remígio Costa  

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