Caiu a temperatura,
subiu o tempo de chuva;
de todo, não faltou procura
nem retirada prematura.
Nem a chuva, nem o frio
tiraram da feira os feirantes;
não é por isto e aquilo
nem motivos irrelevantes.
As tendas abrigam
os produtos expostos;
os tendeiros aviam
consoante os gostos.
Flores e prantas,
fruitas e legumes,
toalhinhas brancas,
ropinha de tule.
Na tenda ao lado,
chouriços de fumeiro,
presunto fatiado
de saboroso cheiro.
Chegou o tempo
de comprar sapatos,
o frio é intenso,
o dinheiro lasso.
Nas tendas a bambolear,
roupa de inverno a granel,
cobertores para esquentar
um leito que gela a pele.
Toda a feirinha é à molhada,
quer no verão ou inverno;
a granel não falta nada
sejam pregos ou martelo.
É assim há muitos anos
que a velhinha percorreu,
uns melhores outros insanos
a todos sobreviveu.
Remígio Costa
outubro/2024
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