Interrompida nos dois últimos anos por força do virus pandémico, voltou no ano corrente ao Parque Verde, em Lanheses, a Festa do Milheiral. Com data inicialmente marcada para os dias 3 e 4 de setembro, o evento foi adiado para 24 e 25 deste mês com fundamento numa previsão meteorológica de tempo mais favorável para este tipo de evento, condição tida como improvável na data inicialmente prevista, a qual viria a confirmar-se.
Concentração de pessoas num cenário de espaços verdes de relva e sombra densa de árvores frondosas, como acontece no amplo espaço do Parque, que faz margem com o rio Lima, só é apetecível e atrativo com temperatura confortável. É, pois, ali, que decorre o PIQUENICÃO, onde se instalam as famílias para degustarem a refeição que confecionaram em casa ou à que é cozinhada e servida na tenda improvisada instalada no recinto. Depois, é conversa, repouso, desfrute e expetativa para alguns, e passeio, danças, teatro e música para outros. E, os últimos são o primeiros, tudo isto e o acrescento para os jovens e crianças que deliram com as marionetas e os saltos no insuflável, rebolar na relva e experimentar os apetrechos do parque infantil.
Não se expectava que a edição da Festa do Milheiral deste ano gerasse uma
participação desmesurada atendendo ao adiamento para o início do outono,
quando já os emigrantes, que no ano em curso aqui acorreram em elevado número,
já voltaram aos países onde vivem e trabalham e o ar começa a esfriar quando o
sol desaparece no topo do monte de S. Silvestre. Não surpreende, por isso, que
a noite de sábado juntasse ali algumas dezenas de visitantes, para dançar os
sons lançados no aparelhagem sonora pelo DJ, sendo que a maioria chegou depois
que terminou a transmissão na tv do jogo entre a Chéquia e Portugal. Na tarde
de domingo a afluência foi bastante maior, não obstante um ventinho incómodo
que se infiltrava e sacudia as folhas secas do arvoredo, convidando ao
aconchego nos locais menos expostos à incómoda aragem. Não obstante, a noite continuou animada com a queimada galega e o coro das cantigas tradicionais, indiferente às condições do tempo que viera para ficar e animar.
Fotos: doLETHES
Remígio Costa
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