O QUE PARECE É?
José Rodrigues de Carvalho, natural da freguesia de Lanheses foi, durante largos anos, emigrante tendo regressado e fixado residência definitiva na terra onde nasceu e cresceu, sita no Lugar do Barreiro, onde vive em permanência com a esposa e recebe a visita assídua da restante família. Deixando para trás a atividade profissional, retomou a tradição familiar dedicando todo o seu tempo útil à pequena lavoura no logradouro que envolve a moradia, onde, além da variedade de árvores de fruto no espaço da frente da casa, semeia e planta múltiplas variedades de produtos hortículos no logradouro do lado posterior, como ervilhas de quebrar, feijões, milho, tomates, pimentos, melões, abóboras e gerimuns, melancias, cabaças e, necessariamente, batatas das espécies corrente e doce, produtos estes que satisfazem as necessidades correntes da família e sobejam para obsequiar vizinhos e amigos próximos. Já cuidou de uma vinha que se estendia rente ao rego que borda a sua propriedade, a cuja água recorre para regar as plantações, a qual eliminou porque a produção não compensava e o terreno livre permitia alargar o espaço para outras culturas.
Conheço e somos amigos de longa data o Zé Carvalho, e, um destes dias, estando eu perto da sua morada, fez questão que fosse dar uma olhada nas batatas doces que acabava de extrair da terra. Entrámos, e no espaço que se seguiu até ao local em vista, fui ouvindo e vendo o que o Zé descrevia, uma a uma, o estado das árvores de fruto, até que chegámos ao local onde, sobre a terra ainda revolta, estava um monte de batatas doces, entre elas algumas cuja aparência não se identificava minimamente com a espécie quer no desenho ou excentricidade. Muitas pessoas que compram nas grandes superfícies conhecem o formato extravagante da generalidade da batata doce, mas, é pouco provável terem visto algumas com formas que configuram animais de diferentes espécies, seres irreais de difícil comparação, porque, por vontade e entendimento do produtor não reúnem condições para venda ao público e não estão nos expositores.
Em modo fotográfico, vai aqui o registo da criatividade da Natureza.
Fotos: doLethes
Remígio Costa
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