sexta-feira, 14 de junho de 2019

CANINHAS ESTÁ A CONSTRUIR PARA A CÂMARA DE PONTE DE LIMA RÉPLICA DO BARCO ÁGUA-ARRIBA

       

       Foi o construtor da primeira réplica oficializada da antiga embarcação típica do rio Lima, o água-arriba, o qual tinha desaparecido da navegação do "rio do esquecimento", da Ponte da Barca à foz, a partir da segunda metade do século XX, estando agora a preparar outra cópia a pedido e encargo da Câmara Municipal de Ponte de Lima. Trata-se de Manuel João Castro Franco Rocha, artesão multifacetado alcunhado e popularmente conhecido e tratado por CANINHAS, ex-emigrante definitivamente regressado à freguesia da sua naturalidade, Lanheses (Viana do Castelo), que, instado pela edilidade da "Vila mais antiga de Portugal" aceitou a tarefa de replicar, de novo, o antigo barco usado principalmente como meio de transporte de pessoas e de bens. 



      O Caninhas nutre especial predileção pelo rio e naturalmente pela pesca, e especialmente, por barcos. Possui vários, sendo que dois deles são utilizados em sociedade na pesca industrial de lampreias-marinhas, onde domina e predomina. Além da réplica oficial do barco de vela quadrangular água-arriba batizado com o nome de "LANHEZES" (antiga grafia do nome desta freguesia) patrocinado pela Junta de Freguesia de Lanheses, e sua propriedade, para fins históricos e turísticos, da sua lavra de exímio artesão são, ainda, os seguintes: duas réplicas de piroga monóxila (de um só tronco) e um catamaran indonésio formado por duas canoas também monóxilas feitas de um único tronco estiolado de pinheiro-do-brasil centenário, ligadas por um estrado em madeira, dotado com três mastros para velas idênticas à de um veleiro.



     O barco em construção a decorrer na areal confrontante com o muro suporte da Avenida 5 de outubro (ou dos Plátanos), ainda sem nome,  tem cerca de 15m metros de comprimento, excluindo o leme, de boca (largura) 3,34m e 63'cm de borda ou pontal, dimensões um pouco mais alargadas do que as do  "LANHEZES". Ao centro será dotado de uma ligação em prancha de madeira entre os dois lados onde se levantará o mastro amovível para a vela quadrangular-redonda, e em cada uma das duas partes serão colocados dois pares de bancos de seis lugares para ocupantes. A passagem para montante da ponte romana é possível dado que o mastro pode ser inclinado, sendo que a navegabilidade irá chegar até à freguesia da Gemieira. A embarcação estará ancorada em permanência no "espelho de água" entre as duas pontes na pista onde decorre a preparação dos canoístas limianos, como atração turística. Tem colaborado com o Caninhas nos trabalhos da montagem da embarcação o seu amigo e conterrâneo, Custódio Amélio.





                CANINHAS pede descanso? Merece.     
    Quem conhece e até acompanha em alguns momentos a atividade voluntária, e quiçá dispendiosa e verdadeiramente intensa do popular e criativo Lanhesense Caninhas, não fica surpreendido que ele se manifeste no sentido de "tirar umas férias", isto é, suspender sine die a execução de tão trabalhosas tarefas: -É o último, não voltarei a fazer mais, confessou. Será assim? Duvido...

    
                 Custódio Amélio, colabora na construção do barco.





Fotos: doLethes 
Remígio Costa

4 comentários:

  1. Fantástico! Um abraço para todos, desde Santiago de Chile!

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  2. É de louvar a dedicação do artesão (carpinteiro de ribeira) como usam muito dizer os nossos vizinhos galegos. Uma arte a desaparecer. Sou muiyto ligado ao mar e ando por aí por esse mundo e ficaria satisfeito ver o Lima cheio de barcos carregadinhos de gente e dos seu merendeiros e sulcar esse rio "esquecido" em busca dum lugar sombreiro. Tenho vontade, como o Caninhas, de construir um e coloca-lo â disposição das gentes e levá-las a conhecer o seu rio. SAlgo que pagasse que revertesse para associaçãoes em situação financeira dificil. Bem Hajam a todos
    Serafim Maruco
    Email: mariagms09@gmail.com

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  3. É de louvar a dedicação do artesão (carpinteiro de ribeira) como usam muito dizer os nossos vizinhos galegos. Uma arte a desaparecer. Sou muiyto ligado ao mar e ando por aí por esse mundo e ficaria satisfeito ver o Lima cheio de barcos carregadinhos de gente e dos seu merendeiros e sulcar esse rio "esquecido" em busca dum lugar sombreiro. Tenho vontade, como o Caninhas, de construir um e coloca-lo â disposição das gentes e levá-las a conhecer o seu rio. SAlgo que pagasse que revertesse para associaçãoes em situação financeira dificil. Bem Hajam a todos
    Serafim Maruco
    Email: mariagms09@gmail.com

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  4. Todos a bordo:
    O Manuel João, tratado no meio por Caninhas, é um trabalhador multifacetado e empenhado. Faz trabalhos diferenciados. Foi emigrante em França, onde consolidou a sua vida financeira, e voltou há já alguns anos à terra de naturalidade. Presta colaboração à comunidade, e dedica-se à pesca de lampreia artesanal e empresarial. Construiu na localidade onde reside um barco tradicional do rio Lima, o "água-arriba", um camaran e várias canoas monóxilas. No ano transato construiu a pedido da Câmara Municipal de Ponte de Lima, outro água-arriba para utilização turística. Excelente cidadão, prestável à comunidade com obra à vista.

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