No dia de Reis decorreu em Lanheses, Viana do Castelo, a primeira feira quinzenal do ano de 2024. Dia cinzento de nevoeiro e sem expetativas de sol breve e consolador, uma aragem fina andava pelo recinto a acompanhar os vendedores e compradores, os quais, bem enroupados e ativos nos gestos e conversas calorosas, iam cumprindo as suas necessidades e objetivos.
O ambiente não diferia muito dos certames passados. A secular feira de Lanheses vai resistindo às modernas alterações na procura dos bens essenciais de consumo, havendo ainda quem tenha necessidade de se abastecer de bens básicos, ou de vende-los, sem recorrer a deslocações mais ou menos longas, sustentando a tradição de resolver as suas carências na tradicional feira quinzenal de Lanheses. As tendas são variadas nos produtos de vestuário, calçado, frutas, utensílios de multiplas aplicações, plantas de variadas espécies, produtos hortícolas, ovos (compra e venda), louça, mobília, flores (venda e plantação), carnes de fumeiro, azeite, queijo,semente de flores, produtos de beleza e higiene, cassetes de música, enfim, quase tudo do o que de um modo geral há necessidade de utilizar no consumo doméstico. Ah!, e tremoços e azeitonas curtidos de quatro espécies.
O recinto falha pela inexistência de instalações próprias dos ajuntamentos de público, mesmo que bem perto haja estabelecimentos de atendimento que delas dispõem (cafés e restaurantes). O estacionamento é feito nas vias de acesso ao local, o qual, até hoje, tem sido bastante.
Como é do conhecimento geral, a feira quinzenal de Lanheses, decorreu anteriormente na praça principal da freguesia tendo sido deslocada, provisoriamente, para a Alameda 25 de abril (do lado sul da Escola Secundária), já lá vão algumas décadas. Tem sido objeto de estudo e uma aspiração propagada em alturas eleitorais deslocalizá-la para um novo local, mas aceita-se que as dificuldades de a repor no LARGO DA FEIRA, ou ao redor deste, sejam muitas e quiçá inultrapassáveis a breve prazo.
Muito anos de vida, feirinha velhinha, é o que te peço.
Remígio Costa
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