terça-feira, 1 de março de 2022

FÁBRICA DE ALUMÍNIOS VERTE DEZ MIL LITROS DE ÓLEO EM EFLUENTE DO RIO LIMA EM LANHESES (Viana do Castelo)

      

     Presumivelmente, entre as 22:00h de sexta-feira dia 28 de fevereiro último e as 07h de sábado seguinte, a fábrica de alumínios que labora no Parque Empresarial de Lanheses (Viana do Castelo), causou um derrame de cerca de 10 mil litros de óleo num regato que atravessa o lugar da Peitilha e vai desagua no rio Lima na freguesia vizinha de Vila Mou. O pequeno curso de água tem um extensão de cerca de 1,5 km desde o local do derrame até à foz, atravessando vários terrenos de lavradio minifundiários com aproveitamento em culturas diversificadas, cuja linha de água foi atingida por espessa camada de óleo. 

 A empresa Recial responsável, que trabalha na conversão de sucata em lingotes de alumínio, está instalada no parque empresarial de Lanheses desde  2008, tendo funcionado anteriormente em Braga  donde veio rejeitada pela Câmara municipal no mandato de Mesquita Machado. A Empresa emprega cerca de 35 trabalhadores.

   De acordo com declarações prestadas à imprensa de um responsável da empresa, a rotura terá sido provocada por "pressão do próprio combustível", não tendo as duas cisternas de contenção do sistema de segurança interno capacidade para conter a entrada do óleo no coletor das instalações.

     Das redes sociais constam as informações que se seguem:

"Reagindo ao grave episódio ocorrido na Zona Industrial, o presidente da Junta de Freguesia de Lanheses disse que, após ter sido alertado para a situação, acionou o dispositivo de proteção civil e avisou a Câmara Municipal, a Companhia de Bombeiros Sapadores, o Serviço de Proteção da Natureza e do Ambiente (SEPNA), força policial que viria a identificar a Recial-Reciclagem de Alumínios S.A. como a origem do derrame.

 A GNR confirmou ter sido acionada para o local e hoje, em comunicado enviado redações com a informação da atividade operacional semanal, indica ter sido levando um auto contraordenação "no âmbito da legislação da proteção da natureza e do ambiente".

À Lusa, o comandante da Companhia de Bombeiros Sapadores, António Cruz, disse que a corporação está no local desde sábado a "proceder a operações de remoção do óleo derramado no rego", sendo difícil aferir da quantidade de combustível que "se terá infiltrado nos campos agrícolas" situados na zona.

António Cruz referiu estar também a ser efetuado "o tamponamento da linha de água, com mangas de absorção, para impedir a propagação do óleo", tendo sido "alertada a capitania do porto de mar para estar vigilante na deteção de alguma mancha de óleo que chegue ao rio, no percurso entre Lanheses e Viana do Castelo".

Segundo o autarca de Lanheses, "os trabalhos vão continuar durante várias semanas, e decorrer por fases".

"Numa primeira fase desenvolveram-se os trabalhos mais urgentes, para conter a expansão do óleo no rego e aspirar o óleo que era possível tirar da água, colocando barreiras para impedir que óleo circulasse em direção ao rio Lima. Agora vão começar os trabalhos de limpeza das margens. São trabalhos para continuar durante algumas semanas e que estão a ser realizados por uma empresa de Cascais, acionada pela Recial", disse.

Segundo o autarca, a brigada do SEPNA "identificou uma rutura de uma conduta da empresa, que faz a transferência do fuel óleo para os fornos e, dessa rutura, resultou o derrame que chegou às caixas de drenagem das águas pluviais que descarregam no tal ribeiro".

"Aparentemente, e antes de haver mais perícias da APA, é o que sabemos. Queremos que a empresa assuma as suas responsabilidades, quer do ponto de vista da mitigação dos impactos deste acidente, quer na prevenção de situações semelhantes, com sistemas que sejam efetivos a detetar este tipo de problemas. Parece-nos que não houve o cuidado de avisar a tempo as entidades para que a atuação fosse célere", frisou Filipe Rocha."

     Nota: 
A instalação desta empresa na Zona Empresarial efetivou-se contra os interesses e a vontade da população lanhesense, que perdura e aumentou, ciente dos efeitos malévolos que traria ao ambiente e aos escassos benefícios que resultariam da oferta de trabalho. Contudo, sob o argumento de que a empresa tinha cumprido todas as exigências legais aplicáveis pelo que iria funcionar dentro das normas aplicáveis, a Câmara municipal de Viana do Castelo, então com Defensor Moura à frente do Executivo, deu provimento ao licenciamento.



Sem comentários:

Enviar um comentário

ONTEM E HOJE DA FESTA EM HONRA DE SANTO ANTÃO

                                                                    2024          Há uma diferença irreparável entre o que foi e agora não é...