segunda-feira, 3 de abril de 2017

"HÁ PETRÓLEO NO BEATO"

   
      Há anos passou com grande sucesso no Parque Mayer, em Lisboa, uma peça com o título "Há petróleo no Beato", sendo figura principal do cartaz o popular ator cómico Raul Solnado. Tratava-se de uma comédia à volta de uma família alfacinha que vivia com limitados recursos económicos, a qual, por um acaso cujos contornos já não recordo, se deixou envolver na miragem de uma vida faustosa por força de uma hipotética descoberta de petróleo pelo lunático dono ao arrancar um pé de couve na pequena horta que tratava no quintal da casa.

      Lembrei-me da engraçada paródia teatral protagonizada por Solnado ao ver esta manhã os trabalhos iniciados no depósito do lixo doméstico do Largo Capitão Gaspar de Castro, onde está a decorrer nova intervenção nos primeiros depósitos mecanizados ali construídos, aliás, mais uma de algumas outras que ali já se fizeram, o que, sabendo-se que o petróleo é (basicamente) resultante de fósseis orgânicos existentes no subsolo, não será de todo despropositado que, com algum dose de humor e saudável otimismo, admitir que tanta insistência em esburacar o local não será diferente do empenho usado na procura do precioso (e caríssimo!) combustível. 

       Fico na expetativa da confirmação da "raspadinha" premiada.


INFORMAÇÃO DE ÚLTIMA HORA:

Infelizmente, não haverá poço de petróleo no Largo da Feira. A "raspadinha" saiu branca, porque os trabalhos acima descritos referem-se, não à prospeção de grude como foi sugerido, mas à remoção do antigo equipamento, desnecessário depois da instalação, no mesmo local, de depósitos mais modernos.   
É a vida. 

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