quarta-feira, 5 de abril de 2017

A PISCINA DO MELRO.

         


         No bordo do prato, o melro parece pronto para o mergulho. No condomínio alargado, não faltam condóminos. De ano para ano crescem mais do que a dívida externa do país. Têm direitos, naturais e legais. Contra as tentações do felino gato como predador, defendem-se; nem sempre escapam ao pagamento da fatura pelo que roubam ao lavrador. 

         Cantam melodias ao nascer da aurora e ao por do sol. Nem a Maria Callas o faria melhor. Encantam-me, nos silêncios calmos do Parque Verde ribeirinho.

         São espertos, como melros espertos. Mas não assaltam bancos nem conhecem off-shors.

         São melros, genuínos. 

Foto: doLethes
Remígio Costa

         

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