1.1.- INTEGRAÇÃO NO FUTEBOL
CORPORATIVO
1.2 – GRUPO DESPORTIVO DA CASA DO POVO DE LANHESES (G.D.C.P.L.)
O ano de 1944 é a data do início do
processo de integração e tutela legal administrativa na Casa do Povo de
Lanheses (GDCPL), do que nessa altura restava do Lanheses Foot-Ball Club em estado de extinção e impedido de
reconhecimento oficial da atividade por falta de estatuto próprio aprovado.
Num
ofício de 21 de Agosto de 1944 assinado pelo presidente da Câmara Municipal de
Viana do Castelo dr. João da Rocha Páris, dirigido ao presidente da direção do Lanheses Foot-ball Club, foi o clube
informado que “tendo passado já um ano desde que foi publicado o decreto n.º 32:946,
e havendo ainda clubes desportivos que não deram cumprimento às disposições
regulamentares, rogo a V.ª Ex.ª se digne determinar que seja transmitido aos
citados clubes desse distrito o seguinte: todos os organismos que tenham como
fim principal ou acessório cuidar da educação física dos seus associados e que,
até à data, não tenham submetido os seus estatutos e regulamentos à aprovação
de Sua Excelência o Ministro da Educação Nacional, deverão fazê-lo
impreterivelmente até ao dia 16 de Setembro p.f., inclusive. Se o não fizerem,
serão obrigados a encerrar as suas secções desportivas”. A bem da Nação, O
Presidente”. (v.g.
cópia do ofício inserida nesta publicação).
Era
à data presidente da Casa do Povo de Lanheses, o industrial de carpintaria e
ex-combatente, em França, na II Grande Guerra de 1914-18, Francisco Dias de Carvalho, o qual desde logo deu início ao
processo da legalização solicitando junto da Fundação Nacional para a Alegria
no Trabalho (F.N.A.T.), da delegação de Braga, lhe fosse facultado um modelo
que o ajudasse a elaborar um estatuto de acordo com a legislação em vigor, uma
vez que não tinha na direção alguém com conhecimentos bastantes para o redigir.
Por ofício de 12 de dezembro de 1945, então já endereçado ao presidente do
Grupo Desportivo da Casa do Povo e, concomitantemente, da Instituição proponente,
foram recebidas todas as indicações exigidas para a formulação dos Estatutos,
bem como o boletim geral de inscrição no Campeonato Nacional Corporativo de
Futebol, tendo o processo seguido para aprovação com a máxima urgência
recomendada no corpo do ofício aqui referenciado.
Antes, no dia 10,09.44, tinha sido
remetido para a Fundação Nacional Para a Alegria no Trabalho (F.N.A.T) outro
ofício do presidente Francisco Dias de Carvalho, informando de que não havia no
Clube uma pessoas com competência suficiente para organizar uma equipa
competitiva de futebol.
1.3-PRIMEIRAS INSCRIÇÕES
No dia
30 de novembro seguinte foram enviadas as primeiras fichas de inscrição da
equipa do Grupo da Casa do Povo de Lanheses e de cada um dos seus atletas, com
vista à participação no Campeonato Nacional Corporativo do ano de 1945.
Da
primeira lista dos jogadores inscritos na F.N.A.T., que poderá não estar
completa, constam os nomes de: Adelino Cruz Lima Costa, Álvaro Gonçalves
Pereira, António José Gomes, David Lourenço Franco, João dos Prazeres Lima,
José Bernardino G. Pereira, José Rodrigues Dantas Rio, Manuel Alves do Vale,
Manuel Brito Rodrigues Dantas Rio, Manuel Conceição Rocha, Manuel E. Dantas de
Brito, Manuel J. Silva Dantas e Miguel Costa Leal. Os nomes referidos são os constantes
dos cartões individuais de inscrição de cada um, então designados por “Carteira
de Desportista”, que existem no arquivo do Clube.
1.4.-AINDA O CAMPO DOS SEIXOS
Contudo, em 10.09.44, ainda não tinha
sido ultimada a divergência entre o proprietário do “Campo dos Seixos” e o
Lanheses F.C., estando em causa o atraso do pagamento da renda do espaço ao então
proprietário de nome Francisco Sá Nogueira Gusmão; tendo o Clube passado para a
responsabilidade da Casa do Povo, Francisco Dias de Carvalho deu, por ofício,
conhecimento ao proprietário do terreno “…que de hoje em diante que é esta casa do
povo a responsável pelo pagamento da arrenda do campo. Queira pois V/Exa dizer
quanto é (e) o dia de pagamento e onde deve ser paga a
importância. A bem da Nação” (sic).
1.5.-À PROCURA DE UM NOVO CAMPO
Contudo, o novo Clube continuava sem um
espaço próprio com condições mínimas para a equipa se preparar e realizar
jogos, tendo recorrido à benevolente compreensão do Conde de Almada para
utilizar o terreiro interior da Casa do Paço para a preparação física e aperfeiçoamento
técnico individual, um espaço com área inferior a metade de um campo de futebol
com as dimensões oficiais. Para jogar, a recorria ao empréstimo do Campo do
Cruzeiro, em Ponte de Lima, da AD “Os Limianos”.
-a seguir: o
campo dos Cutarelos.
(Dados extraídos de compilação pertencente à família de Rogério Dantas Rio)
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