Mestre José Luís Carvalhido da Ponte, ilustre vianense e autor do livro apresentado.
Dois livros de Luís da Ponte
Coincidindo com o início da primavera e com o dia votado à celebração da poesia, o vianense José Luís Carvalhido da Ponte promoveu esta manhã, dia 21 de Março de 2015, o lançamento de um novo livro de poesia lírica a que deu o título de "Versos", nascido na sequência de outras obras em prosa ou verso já anteriormente publicadas.
O presidente da Fundação da Caixa Agrícola de Viana do Castelo, engº José Novais
A Mesa
A apresentação pública da nova obra de poemas de José Luís Carvalhido da Ponte decorreu no amplo auditório da Fundação Caixa Agrícola do Noroeste de Viana do Castelo do belo edifício recentemente construído na Praça António Feio Ribeiro da Silva, tendo obtido um êxito que terá excedido as expetativas do próprio autor. Com efeito a ampla sala, logo no início da sessão, ficou totalmente preenchida pelo que foi necessário recorrer a solução de emergência para alojar pessoas que se mantinham nos corredores de acesso.
Vista parcial dos presentes.
´ Participaram na sessão dois conjuntos musicais que interpretaram temas clássicos, a cargo do OPUS TRIO com uma peça de Beethoven e o LATITUDE, constituído por jovens estudantes das Escolas Secundárias locais o qual brindou a assistência com temas cantados em inglês e português por vozes femininas, tendo ambos sido muito aplaudidos e elogiados.
OPUS TRIO
LATITUDE
A apresentação do autor esteve a cargo do doutor Alberto Antunes de Abreu, colega e companheiro de longa data de Carvalhido da Ponte, o qual deu início às intervenções com um laborioso e profundo estudo acerca da obra ora divulgada, sem esquecer o contributo social e a carreira docente do Mestre José Luís, a qual, na convivência de muitos anos que ambos mantiveram foi, em variadas ocasiões e em diferentes associações e entidades, feita em colaboração estreita e deverá continuar. Anote-se que, embora Antunes de Abreu não tenha nascido vianense como Carvalhido da Ponte, natural da Meadela, ambos residem há anos neste freguesia, agora integrada na cidade, tendo estado incluídos e trabalhado em conjunto em projetos relacionados com a comunidade a que pertencem.
Alberto Abreu, colega e amigo de Luís da Ponte, lendo o panegírico que criou para homenagear do autor.
Por iniciativa do autor passou-se à leitura de poemas retirados do novo livro "Versos" de que se encarregaram diseurs convidados previamente, maioritariamente colegas docentes do poeta, com Primavera Silva a dar o mote com verdadeiro sentimento de deleite e muita convicção, que Alzira, Adelaide Graça, Ana Fontes, Arlete, uma senhora cujo nome me escapou e que terá sido professora do poeta que encantou no seu modo lindo de dizer poesia, Flora Silve e, por último, José Luís Carvalhido da Ponte, com dois lindíssimos poemas um dos quais não posso deixar de divulgar, a seguir, reafirmaram e corroboraram:
DISEURS
Primavera
Alzira
Ana Fontes
Adelaide Graça
Arlete
Professora de Luís Carvalhido
Flora Silva
José Maria Costa
Rui Caridade, autor da capa
Carvalhido da Ponte
obrigado, pai
e de repente
nesta madrugada
apanhaste-nos distraídos, pai,
e partiste sem nos dizeres nada
já não voam passarinhos
nas paredes do teu quarto
nem brincam marotos anjinhos
partiste
calma e sossegadamente
como calma fora a tua vida
dura e brava
às vezes mesmo escrava
mas calma
entre o bulício da tua gente
partiste
e fiquei tão órfão
de infância
e do teu colo
e da fragrância
das tuas estórias
de um Portugal ansião!
partiste
e levaste o Zé Rancheiro
e o Reguengo mais o tio António
e nós ficamos imersos
nas memórias sem fim
do teu saxofone primeiro
e logo-logo do teu bandolim
e mais tarde dos teus versos
partiste
e comigo ficaram
no fundinho da saudade
as motas os andarilhos
e os carrinhos de madeira
que quiseste construir
para a brincadeira
dos teus filhos
partiste
e agora pai?
e agora
que em todos nós cresceu
mais que a tristeza a saudade?
agora só me resta
um imenso obrigado
porque me ensinaste Deus
e a família e a lealdade
e me levaste à festa
para ver as bandas tocar
e me mostraste que a vida
não é canseira antes um dom
que é preciso cultivar
com inquebrável retidão
e agora?
agora obrigado
foste um pai!
Meadela,
28/11/14
A última intervenção coube ao presidente da Câmara Municipal de Viana do Castelo, José Maria Costa que prescindiu das palavras e de tempo (a sua área, como confessou, não é a das letras mas das ciências), para, logo a seguir, José Luís Carvalhido da Ponte, convidar para um "porto de honra" (na realidade um "verde de") todos os presentes, sem contudo abdicar da sua veia humorístico-satírica que o caracteriza e sempre usa a propósito, manifestar alguma preocupação quanto ao número dos presentes que inicialmente tínha previsto para cerca de cinquenta, aumentado para oitenta num cálculo mais otimista depois, mas, que o presidente da Fundação engenheiro Gomes Novais elevou para CENTO E CINQUENTA (!) de participantes, com ar descontraído de quem tem a estratégia apropriada para controlar a situação.
A minha satisfação em relação a tudo quanto tinha presenciado estava no auge. Satisfeito, retirei-me.
FIGURAS DA CULTURA VIANENSE
Alunos de Carvalhido da Ponte na Academia Sénior, do IPVC: da esq. Coronel Sardinha e o casal Fátima e Xavier Gonçalves.
Alunas da Academia Sénior, do IPVC
Flora Silva e Orlando Barros,escritor vianense.
Ao centro: Calvet de Magalhães
Fotos: doLETHES
Remígio Costa
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