À sombra da frondosa japoneira, a glicínia crescia pouco e a custo e não era feliz assim. Precisava de sol para tingir de cor as flores dos seus cachos pendentes e fazer crescer e entumescer as sementes das suas vagens. Usando as suas qualidades de trepadeira natural, a glicínia sustentou o seu crescimento enredando-se nos ramos da japoneira até ao cimo e, aí chegados, libertou-os como véu e vestido de noiva de forma a cobri-la numa miscelânea de flores multicolores e a cor verde das folhas, construindo esta monumental, atípica e rara decoração com que a natureza nos surpreende.
Não está disponível para contemplação pública e são escassos os olhos que a veem.
Foto: doLethes
Remígio Costa.
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