Sete mil talheres de vulgar plástico de cor vermelha a voltear brandamente em círculos no sentido contrário aos ponteiros do relógio, suspenso de uma corrente de ferro, um CD com três fados na voz da inimitável e eterna Amália a ecoar suavemente na nave do Centro Cultural de Viana do Castelo do arquiteto Pulizter, Souto Moura, constituem os indícios mais relevantes do coração concebido pela artista plástica Joana Vasconcelos e do cenário onde gira e envolve, desde ontem acessível ao público com entrada livre.
A criativa e celebrada artista portuguesa, que este ano é madrinha das Festas de Nossa Senhora d'Agonia, concebeu um coração original inspirada na peça tradicional filigranada em ouro do coração de Viana, que é parte constituinte das arrecadas usadas pelas mordomas minhotas com o traje tradicional da região, não se notando à distância a que pode ser observado qual a natureza do material usado na confeção.
Curiosamente e à hora em que lá me desloquei expressamente para colher as fotografias que divulgo, era o único interessado no coração em movimento que se encontrava dentro do pavilhão, enquanto fora dele e através das vidraças que existem na sua estrutura, alguns grupos de curiosos olhavam para dentro e tiravam fotografias.
Ficam aqui registadas as imagens do coração de Joana Vasconcelos, imaginado no modelo de ouro filigranado com a possibilidade real do plástico assim transformado e aplicado se tornar mais valioso que o ouro de lei...
fim
Texto e fotos
Remígio Costa
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